Na complexidade aparente de uma simplicidade perfeita, muitas vezes nos confundimos por separar em dualidade e por isso perguntamos se são forças que se antepõem e que se digladiam.

             Na realidade, não são processos antagônicos – enquanto sobrevive no homem o instinto animal, ele também está em contínua formação de novos instintos, agora em patamar muito mais elaborado em virtude de seu psiquismo.

             Isso acontece só com o homem?

Vemos no homem uma ação inconsciente e uma consciente. No animal, além dessa forma fixa das reações instintivas inconscientes, existiriam algumas zonas de formação, alguma porta aberta, por assim dizer, que lhe permite, por exemplo, a domesticação.

             Num certo aspecto e nesse sentido, entre a planta, o animal e o homem, só existe a diferença do caminho maior ou menor que foi percorrido.

             Nada se perdeu de todas as lutas, dores, do bem e do mal praticados. Heranças, merecimentos, fraquezas ou esforços, cada um os carrega consigo. Cada ato tem um eco e deixa uma marca identificadora do estágio em que está detido ou vivendo.

             Daí, como, no atual momento, conviver com os instintos, se já ficou bem claro que não devem ser suprimidos?

             Buscando exatamente esse equilíbrio entre a inteligência (consciente) e o instinto (inconsciente) de forma facilitar o caminhar, crescer, evoluir.

             O grande trabalho de busca desse equilíbrio há que realmente acontecer através da educação de forma consciente, direcionado a um ideal de superação em relação a tudo quanto sintamos ou sabemos mantidos como inferior, reações desequilibradas, buscas desvinculadas dos ideais maiores da vida.

             Usando o instinto em tudo quanto dele possa emergir de bom, de bem, estar-se-á formando novas raízes no mesmo processo das superações evolutivas. Detendo-se nas reações impulsivas, nas respostas imediatas de repulsa, agressão, ataque, revide, só os retornos igualmente duros é que no decorrer dos tempos, despertarão para analisar os porquês.

             No interesse pessoal, se decidir por “viver instintivamente” no sentido em que habitualmente se entende o termo e que representaria, é se colocar ou manter no nível inferior do irracional, isto é, o homem degradando-se, vivendo sob o guante do impulso.

             A vida, o dia a dia, oferece e pede contínuo aprendizado para que sentimentos, pensamentos e atos busquem um padrão de equilíbrio consciente e responsável.

             Compreendendo essa técnica do automatismo nas incorporações do vivido, o estudo chama atenção ou desperta para que se atenha ao teor, à qualidade dos detalhes que hoje estão sendo incrustados no subconsciente, uma vez que dependendo das opções do hoje, a razão humana é ou torna-se responsável para alcançar, formar, construir um instinto complexo e maravilhoso, norteador para as contínuas opções no Bem, no Belo e no Verdadeiro nos tempos que aí estão ou que se abrem na imensidão da Imortalidade.