A luta em família é problema fundamental para a melhoria espiritual do homem na Terra.

Como podemos ser benfeitores de cem ou mil pessoas, se ainda não aprendemos a servir cinco ou dez criaturas que vivem ao nosso lado?

A piedade deve ser exercitada dentro dos lares, entretanto, não a piedade que chora sem coragem diante das situações aflitivas, mas, aquela que conhece as necessidades do núcleo familiar e se esforça por eliminá-las, aguardando a decisão divina a seu tempo.

É imprescindível ponderar que não existem uniões por acaso no lar terreno. Ninguém em sã consciência, pode desprezar esse campo sagrado de serviço por mais que se sinta acabrunhado na incompreensão.

A Doutrina Espírita ensina, que nem sempre os laços de sangue reunem as almas essencialmente afins. Frequentemente grandes inimigos são obrigados ao convívio diário, sob o mesmo teto.

A casualidade não se encontra nos laços familiares. Impelidos pelas causas do passado a reunir-nos no presente, é indispensável quitar com boa disposição alguns débitos que nos ligam a alguns corações, a fim de que venhamos a solver nossas dívidas para com a Humanidade.

De acordo com a advertência do Apóstolo Paulo, se nos falta o cuidado para com a própria família estaremos negando a fé.

Os parentes são obras de amor que o Pai Compassivo nos deu a realizar. Ajudemo-los, através da cooperação e do carinho, atendendo aos desígnios 

da verdadeira fraternidade.

São muitos os que nas palestras públicas exortam o povo à compaixão.

Outros escrevem páginas belíssimas em honra da virtude comovendo quem as lê.

Promovem campanhas de auxílio público, em socorro das vítimas de calamidades ocorridas em outros continentes; no entanto negam um simples olhar de carinho ao servidor que lhes põe a mesa.

“Incitam a comunidade aos rasgos de heroísmo econômico , no levantamento de albergues e hospitais, disputando créditos publicitários em torno do próprio nome, no entanto, não hesitam exportar, no rumo do asilo, a avô menos feliz que a provação expõe à caducidade.”

Não podemos censurar, pois, todo movimento de amor, mesmo pequeno, é benefício para quem o emite.

“Mais vale fazer o bem aos que vivem longe, que não fazer bem algum.”

● Pão Nosso, F.C.Xavier/Emmanuel, lição 117

● Caminho, Verdade e Vida, idem, lição 62 

● Fonte Vida, idem, lição 156