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O Céu e o Inferno  |  Segunda Parte - Exemplos Capitulo V     |  01/02/2007
SUICIDAS - 4
MÃE E FILHO
Em março de 1865, o Sr. M. C..., negociante em pequena cidade dos arredores de Paris, tinha em sua casa,gravemente enfermo, o mais velho dos seus filhos, que contava 21 anos de idade. Este moço, prevendo o desenlace, chamou sua mãe e teve forças ainda para abraçá-la. Esta,vertendo copiosas lágrimas, disse-lhe: "Vai, meu filho, precede-me, que não tardarei a seguir-te." Dito isto, retirou-se, escondendo o rosto entre as mãos.As pessoas presentes a essa cena desoladora consideravam simples explosão de dor as palavras da Sra. C..., dor que o tempo acalmaria. Morto o doente, procuraram-na por toda a casa e foram encontrá-la, enforcada num celeiro. O enterro da suicida foi juntamente feito com o do filho."..( 1 )

"Freqüentemente a mãe, mais do que amar o filho, ama-se no filho." (Nietzche)

Ao longo dos séculos, vários filósofos manifestaram suas idéias a respeito do amor, quer ressaltando seu valor positivo e exclusivamente humano, quer lendo nele a expressão da transcendência, ou ainda tratando-o como meta inalcançável. O primeiro pensador a elaborar uma reflexão ampla e profunda sobre o assunto foi Platão (428/427-347 a.C.). Na concepção do filósofo ateniense, este sentimento impulsiona o ser humano a elevar-se ao mundo ideal, onde residem a verdade, o bem e a beleza. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa , sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro ser ou a uma coisa; devoção extrema. E nesta categoria está incluído, em prosa e verso o amor materno. Pensadores , poetas e cantores ao enaltecerem este sentimento o tornaram um mito

A filósofa e escritora francesa Elizabeth Badinter analisando esse assunto em seu livro Um amor conquistado: o mito do amor materno( 2 ). Comenta que o amor materno é apenas um sentimento humano como outro qualquer e, como tal, incerto, frágil e imperfeito. Pode existir ou não, pode aparecer e desaparecer, mostrar-se forte ou frágil, preferir um filho ou ser de todos. Contrariando a crença generalizada, ou seja o mito, esse sentimento não está profundamente inscrito na natureza feminina; ele não é tão pouco inerente à condição de mãe pois uma babá ou, até mesmo um homem, são capazes de maternar uma criança; enfim, segundo a autora não se trata de um determinismo mas sim algo que se adquire.

Do ponto de vista evolutivo, o comportamento maternal humano surgiu depois do aparecimento dos répteis, animais que botam ovos em esconderijos aquecidos e vão embora; o futuro de sua prole não lhes diz respeito. Quando houve a transição dos répteis para os mamíferos a cerca de 90 milhões de anos, nossos antepassados adotaram estratégias diferentes e mais responsáveis: manter sua cria no útero, amamentá-la e defendê-la dos perigos até que ela fosse capaz de fazer isso sozinha. Foi uma longa caminhada do instinto de conservação até o instinto materno( 3 ).
No Livros dos Espíritos em resposta a questão 890 os Espíritos( 4 ) esclarecem que o amor materno é uma virtude e um sentimento instintivo.Este sentimento instintivo é o que acompanha as fêmeas humanas a milhões de anos , já o amor maternal é um processo em construção no espírito, mesmo que quando comparado aos outras formas de amar seja visto como o que mais aproxima o ser humano do amor divino, pois o espiritualiza tornando-o mais consciente de seu papel na Terra( 5 ) Se o instinto maternal assegura a sobrevivência física, o amor maternal assegura a sobrevivência afetiva. É o afeto que se cultiva todos os dias na relação, que desenvolve o amor para toda eternidade, e se transforma em virtude.
Inicialmente , como nos diz o poeta Fernando Pessoa, "Ninguém a outro ama, senão que ama o que de si há nele, ou é suposto"( 6 ), nos primórdios do amor ama-se através do instinto, depois na medida que exercícita-se o afeto, o amor como descrito pelos poetas, abnegado e libertador, vai se estabelecendo .Ma nesta fase inicial, instintiva, onde a capacidade de amar ainda é subdesenvolvida, verifica-se relações desequilibradas onde em nome do amor materno, observa-se uma relação possessiva, que possui direitos absolutos e permanentes sobre os filhos , enquanto que a estes é imposto obrigatoriedade da gratidão eterna, mesmo que freqüentemente sob o manto da hipocrisia.

.... Quero ver meu filho. Tendes o poder de dar-mo? 
— Cruéis!... Tomaram-mo para levá-lo à luz,e a mim me deixaram em trevas. Quero-o... quero-o porque me pertence!... Nada vale então o amor materno( 1 )?

Pode parecer estranho que se afirme que relações de amor possam gerar processos obsessivos, mas o amor desmedido e possessivo ,mesmo que seja entre mãe e filho, geram desequilíbrios os mais diversos; como o caso, acima descrito, relatado no capitulo V do livro O Céu e o Inferno. 
A perda de um filho é considerada a forma mais agonizante e debilitante de luto., na ausência de crença na continuidade da vida após a morte do corpo físico.

.... Pobre mãe! Não pôde suportar a prova dessa separação momentânea, e tomou, para se unir ao filho, o caminho que dele mais deveria afastá-la.E por quanto tempo! Assim, retardou indefinidamente uma reunião que tão pronta teria sido se sua alma se conformasse submissa às vontades do Senhor; se fosse resignada,humilde, arrependida diante da provação que se lhe impunha,da expiação que deveria purificá-la ...( 1 )

Quando no Livro dos Espíritos, Allan Kardec questiona os Espíritos Superiores:-

"Os que, não podendo suportar a perda de pessoas queridas, se matam na esperança de se juntarem a elas, atingem seus objetivos( 7 )? recebeu a seguinte resposta:
R: O resultado para elas é bastante diverso do que esperam, pois em vez de se unirem ao objeto de sua afeição, dele se afastam por mais tempo, porque Deus não pode recompensar um ato de covardia e o insulto que Lhe ‚ lançado com a dúvida quanto à Sua providência. Eles pagarão esse instante de loucura com aflições ainda maiores do que aqueles que quiseram abreviar, e não terão para os compensar a satisfação que esperavam.
" Pobre mãe, compartilhamos da vossa dor.Buscastes, no entanto, um triste recurso para vos reunirdesao vosso filho: - O suicídio é um crime aos olhos de Deus,e deveis saber que Deus pune toda infração das suas leis. A ausência do vosso filho é a vossa punição.

A sentença não é, porém,inexorável, e o arrependimento do culpado é sempre acolhido.Se tivésseis aceito a provação com humildade houvésseis esperado com paciência o momento da vossadesencarnação, ao entrardes no mundo espiritual, em quevos achais, teríeis imediatamente avistado vosso filho, o qual vos receberia de braços abertos. Depois da ausência,vê-lo-íeis radiante. Mas, o que fizestes e ainda agora fazeis, coloca entre vós e ele uma barreira. Não o julgueis perdido nas profundezas do Espaço, antes mais perto do que supondes é que véu impenetrável o subtrai à vossa vista. Ele vos vê e ama sempre, deplorando a triste condição em que caístes pela falta de confiança em Deus e aguardando ansioso o momento feliz de se vos apresentar. De vós, somente, depende abreviar ou retardar esse momento...( 1 )
A morte não separa os corações que verdadeiramente se amam. A morte não mata as emoções,apenas transforma o corpo, permitindo ao espírito elevar-se em busca do amor espiritual .
"A felicidade nos Mundos Superiores só é possível aos que alcançaram amar sem aprisionar o outro( 9 )". E " os filhos são Espíritos como nós, em processo evolutivo, que vêm até nós para que os amemos e os auxiliemos no aproveitamento das experiências do viver na Terra. Devemos pois, saber devolvê-los para o plano espiritual, quando eles partem ou deixá-los aqui quando nós, pais, partimos". Confiemos sempre nas leis naturais da vida, na certeza de que o amor verdadeiro é eterno, durará para sempre, porque sempre, aqui ou no além, estaremos exercitando a vida. E o mais importante do viver é amar, é esquecer-se de si para fazer o outro feliz. Este é o amor que Jesus exemplificou, amor que todos buscamos, quase sempre sem mesmo disso ter consciência( 8 ).

Laurelucia Orive Lunardi
Fevereiro / 2007
 
Bibliografia:
1. Kardec ,Allan, " Céu e Inferno" CapituloV : Suicidas 2. Howard, Craig e Lambert, Kelly. Sabedoria de Mãe. Scientific American Brasil, Fevereiro de 2006, p. 66-73. 3. Badinter, Elisabeth. Um amor conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 5a ed., 1985 4. Kardec ,Allan,"O Livro dos Espíritos", questão 890. 5. Novaes, Adenáuer Marcos Ferraz " .Amor Sempre." - Salvador: Fundação Lar Harmonia 2001, 6. PESSOA, Fernando. Obra poética. Vol único. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1995. 7. Kardec ,Allan,"O Livro dos Espíritos", questão 956. 8. Ebner,Leda de Almeida Rezende "Reflexões Úteis" 9. Divaldo Pereira (Joanna de Ângelis ) "Após a Tempestade"
 
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