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A Gênese  |  Papel da Ciência na Gênese   |  Capitulo IV   |  01/04/2004
PAPEL DA CIÊNCIA NA GÊNESE
Qual é a origem do mundo? Qual é a verdadeira história da criação? Qual a gênese verdadeira?

A história da origem de quase todos os povos antigos se confunde com a religião deles, e por isso foram religiosos todos os seus primeiros livros. E como todas as religiões se ligam ao princípio das coisas, que é também o princípio da Humanidade, elas explicaram a formação e o arranjo do Universo de acordo com o estado de conhecimentos da época e de seus fundadores. Em conseqüência disso, os primeiros livros sagrados foram ao mesmo tempo os primeiros livros de ciência, assim como foram, durante muito tempo, o código único das leis civis.

Os meios de observação primitivos não podiam deixar de ser muito imperfeitos e por isso as primeiras teorias sobre o sistema do mundo continham muitos erros. E ainda que os meios de observação fossem tão completos quanto são hoje, os homens não teriam sabido utiliza-los. Aliás, tais meios são o fruto do desenvolvimento da inteligência e do conseqüente conhecimento das leis da Natureza. À medida, pois, que o homem foi se adiantando no conhecimento dessas leis, foi também penetrando os mistérios da criação e retificando as idéias que formara acerca da origem das coisas.

Enquanto a Ciência não lhe forneceu a chave para resolver o problema da criação o homem se mostrou impotente para isso. Assim, teve que esperar que a Astronomia lhe abrisse as portas do espaço infinito e lhe permitisse mergulhar aí o olhar; teve que esperar que pelo poder do cálculo se lhe tornasse possível determinar com rigorosa exatidão o movimento, a posição, o volume, a natureza e o papel dos corpos celestes; que a Física lhe revelasse as leis da gravitação, do calor, da luz, da eletricidade, que a Química lhe mostrasse as transformações da matéria e a Mineralogia os materiais que formam a superfície do globo; que a Geologia lhe ensinasse a ler, nas camadas, nas camadas terrestres, a formação gradual desse mesmo globo, o homem mostrou-se impotente para resolver o problema da criação. Coube à Botânica , à Zoologia, à Paleontologia, à Antropologia inicia-lo na filiação e sucessão dos seres organizados. Com a Arqueologia pode ele acompanhar os traços que a Humanidade deixou através das idades. Completando-se umas às outras, as ciências contribuíram com o que era indispensável para o conhecimento da história do mundo. Antes o homem só tinha como guia as suas primeiras hipóteses. Antes que ele possuísse esses elementos, todos os comentadores da Gênese cuja razão esbarrava em impossibilidades materiais giravam dentro de um círculo do qual só conseguiram sair quando a Ciência abriu caminho , fendendo o velho edifício das crenças.Tudo então mudou de aspecto e em vez de uma Gênese imaginária surgiu uma Gênese Positiva e, de certo modo, experimental. O campo do Universo se estendeu ao infinito . Acompanhou-se a formação gradual da Terra e dos astros, segundo leis eternas e imutáveis que demonstram muito melhor a grandeza e a sabedoria de Deus, do que uma criação miraculosa, tirada repentinamente do nada, qual mutação à vista por efeito de súbita ideia da Divindades, após uma eternidade de inação.

Sendo, pois, impossível, conceber a Gênese sem os dados que a Ciência fornece, pode dizer-se com inteira verdade que: a Ciência é chamada a constituir a verdadeira Gênese, segundo a lei da Natureza.

No ponto em que chegou, nos dias de hoje, século vinte e um, venceu a Ciência todas as dificuldades do problema da Gênese?

Não, com certeza; mas muito mais próxima se encontra do conhecimento integral da Gênese planetária e universal do que no século dezenove, quando já tinha destruído, sem remissão, todos os erros capitais que se cometiam a seu respeito e lhe lançado os fundamentos essenciais sobre dados irrecusáveis. Os pontos ainda duvidosos não passam de questões de minúcias cuja solução, qualquer que venha a ser no futuro, não poderá prejudicar o conjunto.

Denizart Castaldeli 
Abril / 2004
 
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