(Decálogo, Êxodo, XX: 12)

Lendo este mandamento, pode-se entender que honrando pai e mãe, a vida na terra que Deus daria ao homem seria prolongada ou que os hebreus a possuiriam por longo tempo, se observassem seus mandamentos.

Kardec, escreve que o final da frase, “que Deus vos dará, ou te há de dar” estava suprimida nas traduções modernas,(do seu tempo) desfigurando o sentido.

Na Bíblia, traduzida em português por João Ferreira de Almeida, a frase está completa, mas o verbo final está no presente: “... que o Senhor teu Deus te dá.”

O decálogo foi revelado a Moisés, quando os hebreus estavam no deserto, a caminho da Terra da Promissão, que era o alvo de suas aspirações.

Assim, eles entenderam que se seguissem seus mandamentos, viveriam nela por longo tempo, isto é, a possuiriam por longo tempo.

Os hebreus daquele tempo não se preocupavam com a vida futura após a morte, viviam mais para a vida presente. Tinham noções vagas a esse respeito.

Jesus, vindo após uns mil e trezentos anos, aproximadamente, trouxe ensinamentos sobre a vida espiritual, tornando-a mais definida, tanto que, pouco tempo depois de sua crucificação, os cristãos iam sorrindo para a morte, confiantes de que iriam para junto de Jesus, em um plano mais alto.

E é essa promessa que é feita nesse mandamento : Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te há de dar ou dá.

É a vida espiritual, eterna, além da vida física, destino de toda a humanidade, no reino dos céus: “O meu reino não é deste mundo”, afirmou Jesus a Pilatos.

Com Moisés, os hebreus, naquele momento, só poderiam entender a promessa divina como sendo a terra prometida, que o Senhor lhes daria, e que eles a obtiveram, anos depois.

Com Jesus, é a vida futura, eterna, em planos mais elevados, sem as necessidades materiais, na convivência do amor pleno e incondicional, o Céu, na recompensa da conquista do amor incondicional.

Com o espiritismo, a eternidade da vida é esclarecida, no conhecimento do plano espiritual, das suas leis, dos seus habitantes, suas muitas moradas nas suas diversas categorias, adequadas ao grau de adiantamento de cada um, fornecendo aos homens, uma idéia melhor do que seja esse plano espiritual mais elevado, morada dos Espíritos puros, que são colaboradores diretos do Pai.

Essa idéia da vida futura, proclamada por Jesus, com os esclarecimentos espíritas é a que deve nortear a vida dos espíritas, principalmente, dos que compreendem a finalidade do viver na Terra: continuar o desenvolvimento das qualificações nobres, substituir as más, criadas e desenvolvidas até o presente, pelas virtudes antônimas, fazendo todo o bem possível e evitando, o mais que puder, fazer o mal.