Contendo os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade (Segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec)

A importância de se refletir sobre isso é o entender que a lei que preside a formação dos minerais naturalmente conduz à formação dos corpos orgânicos.

              

Entra novamente a Química para mostrar que todas as substâncias vegetais e animais são compostos dos mesmos elementos que os corpos orgânicos, sendo o oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e carbono, os elementos que desempenham os papéis principais, entrando os demais como acessórios.

              

Como no reino mineral, a diferença de proporções, ação de forças, leis e condições, produzirão todas as variedades das substâncias orgânicas e suas diversas propriedades como músculo, ossos, sangue, bílis, nervos, matéria cerebral; gordura nos animais; seiva na madeira; folhas, frutos, essências, óleo, resinas etc., nos vegetais.

              

Assim, na formação dos animais e das plantas, não entra nenhum corpo novo, especial, que não se encontre no reino mineral, sendo que naqueles o carbono está na cadeia principal.

              

Universo – unidade dentro ou incluindo toda a variedade, mostrando que a vida nos diferentes reinos é uma e única, sujeita a um mesmo sistema, tendo por ambiência o ar; por base, o solo, sendo a vida universal uma permuta incessante de matéria.

              

Todos os seres se formam das mesmas moléculas, a passarem sucessiva e indiferentemente de uns para os outros, de modo que, nenhum, nada ou ninguém dispõe de uma matéria, um corpo propriamente seu.

              

Vejamos:

- pela respiração e alimentação a cada dia absorve-se certa porção de alimentos.

- pela digestão, secreções e excreções, perde-se determinada porção desses alimentos.

Nesse “simples mecanismo” o corpo (matéria) constantemente se renova, de modo que, dentro de algum tempo, já não mais se possui um grama do corpo material de antes. A renovação se processa ininterrupta, total, constante e completa.

             

 Enquanto esse movimento se processa no homem, o mesmo se dá com animais e plantas, colocando os bilhões de seres viventes na superfície do globo, em permuta constante de seus organismos.

              

O átomo de oxigênio que agora respiramos, possivelmente foi “expirado” por alguma árvore distante; o átomo de hidrogênio que umedece a pupila do leão no deserto será o mesmo que não há muito molhava os lábios de alguém; o átomo de carbono que arde num pulmão ardeu na candeia simples que iluminou pobre casebre, enfim, detalhes prosaicos a mostrar que a vida não passa de ininterrupta permuta de elementos materiais, a demonstrar que fisicamente não se possui algo como propriedade inalienável.

              

A substância que forma o cérebro, nervos, músculos, ossos, membros, carne – ninguém a retém: incessantemente vai e vem passando de um ser a outro.

Só o ser pensante é nosso EU; só ele constitui a individualidade verdadeira.

              

Recordados tais “detalhes”, “O Livro dos Espíritos” inicia esse capítulo IV em estudo grafando:

— “(...) Os seres orgânicos são os que trazem em si mesmos uma fonte de atividade íntima que lhes dá a vida: nascem, crescem, reproduzem-se e morrem; são providos de órgãos especiais para a realização dos diferentes atos da vida e apropriados às necessidades da sua conservação. Compreendem os homens, os animais e as plantas”.

— “Os seres inorgânicos são os que não possuem vitalidade nem movimentos próprios, sendo formados apenas pela agregação da matéria: os minerais, a água, o ar etc.”.

Note-se que esse etc. significa uma abertura incluindo outras formas de matéria conhecidas ou a serem percebidas.

             

Desses raciocínios alguns destaques se ressaltam como importantes para que se reflita que:

              - é a mesma a força que une corpos orgânicos e inorgânicos

              - a mesma lei de atração situada na afinidade recíproca dos elementos

              - a matéria é a mesma em ciclo diferente e no qual a orgânica se diferencia da inorgânica por ser aquela, animalizada.

              

Para o mês de agosto, destaca-se a dúvida: qual a causa ou o que animaliza a matéria?