Ainda na sequência do estudo anterior, entende-se que a formação dos primeiros seres vivos, por analogia, leva a deduzi-los inclusos, inseridos na mesma lei em virtude da qual se formaram e se formam todos os dias os corpos inorgânicos.

             

À medida que os estudos se aprofundam, percebe-se que o complicado do desconhecido se simplifica, ressaltando a grande lei de unidade que prende a Criação – Universo – à variedade gerida pela unidade.

             

Para que algo se aclare no entender, fazem-se necessárias algumas reflexões sobre a formação dos corpos inorgânicos.

             

A Química considera algumas substâncias como o oxigênio, hidrogênio, nitrogênio, carbono, cloro, iodo, flúor, enxofre, fósforo e todos os metais como elementares (básicos, simples, fundamentais) e demonstram que combinados ou combinando-se, decorrem, surgem, acontecem os corpos compostos: óxidos, ácidos, álcalis, sais e as inúmeras variedades resultantes das combinações daqueles.

             

A associação, ou seja, a combinação de dois corpos para formar um terceiro, exige ação, circunstâncias, condições especiais como: determinado grau de calor, umidade ou secura, movimento, repouso, corrente elétrica, luz, sombra etc... Se requisitos específicos não se fizerem presentes, não se verificarem, um terceiro corpo não acontecerá.

             

Havendo, porém, a combinação, os corpos componentes perdem suas qualidades características, enquanto o composto proveniente deles adquire e apresenta características diferentes dos geradores.

             

Exemplificando: - o oxigênio e o hidrogênio que são gases invisíveis, quimicamente combinados formam água que, sob ação de agentes externos (temperatura), poderá apresentar-se no estado líquido, sólido ou gasoso. Decomposta essa água, os dois gases tornam-se livres, cada um readquirindo suas propriedades: - já não mais há água.

             

Essa possível composição e decomposição de corpos ocorre em virtude do grau de afinidade que os princípios elementares guardam entre si. A formação da água que estudamos acima se dá em virtude da afinidade recíproca que existe entre o oxigênio e o hidrogênio. Caso se coloque em contato com a água (H2O), um corpo que tenha mais afinidade com o oxigênio do que com o hidrogênio, a água se decompõe: o oxigênio é absorvido e o hidrogênio se liberta: - não mais há água.

             

Outro detalhe: - os corpos compostos se formam em proporções definidas de seus princípios constituintes: Assim, para que se forme água, são necessárias uma “parte” de oxigênio e duas de hidrogênio. Se mantivermos os elementos mas alterarmos proporções, isto é, combinarmos duas partes de oxigênio para as duas do hidrogênio, em vez da água, teremos líquido corrosivo, formado pelos mesmos elementos que entram na composição da água, porém, em outra proporção.

             

Da forma bem simples, essa é a lei que preside a formação de todos os corpos da Natureza.

             

A inumerável variedade deles resulta de pequeno número de princípios elementares combinados em proporções diferentes e sob ação de forças (afinidade, atração, repulsão, coesão, luz, etc.), de condições (umidade, calor, gases do ar etc.) e de combinações adequadas nas proporções diferentes dos elementos constitutivos.

             

Transportemos então esses raciocínios para a Terra em sua origem, quando não se encontrava inteiramente formada.