Pode o clima influir nas diferenças que distinguem as criaturas? 

             

Entendamos primeiro, que clima é o conjunto de condições metereológicas (temperatura, pressão, ventos, umidade e chuvas) características do estado médio da atmosfera, em um ponto da superfície terrestre, caracterizando-a.

             

Esse conjunto de condições, sem dúvida influencia na vida de pessoas, povos e raças, imprimindo-lhes características próprias. Lógico que associar-se-á ao clima, alimentação, roupas, usos, hábitos e costumes, formas de moradias etc., decorrentes que contribuirão para a diversidade.

Se trabalharmos com a nossa própria realidade – Brasil – fica mais fácil entender.

             

Geograficamente a maior parte de nosso país se situa na zona intertropical, faixa aquecida do Planeta. Por estarmos na parte situada no hemisfério sul da Terra, há um desequilíbrio entre a temperatura do continente e as massas oceânicas, o que justifica temperaturas mais amenas, oscilando, em tese entre 44ºC até –10ºC e em média 20ºC. 

Temos:

•   clima equatorial, com temperaturas elevadas e chuvas abundantes;

•   clima tropical, também com temperaturas elevadas e duas estações – chuva e seca – - bem definidas;

•   clima semi-árido, sem umidade, seco, com poucas precipitações;

•   clima tropical de altitude, quente, às vezes ardente e abrasador com poucas chuvas;

•   clima subtropical, quase que sem inverno, de temperatura média a 20ºC.

             

É justo e lógico, que cada uma dessas regiões, sob a influência das condições climáticas, tenha ritmo de vida, hábitos, alimentação e costumes totalmente diferentes umas das outras, estabelecendo-se diferenças físicas marcantes, até mesmo, uma adaptação do próprio organismo com fragilidades ou defesas diferenciadas. No campo moral, também, há diversidade, ocasionado pelo grau diferenciado dos grupos que se formam.

             

Se levarmos os raciocínios sobre a nossa realidade, lá por aqueles primeiros tempos do nosso estudo, pelo paralelo que se estabelece, fica mais fácil entender que não há espécies distintas, mas variedade oriunda por vários fatores.

O estudo da diversidade das raças ainda desvincula-nos de três aspectos:

1. – paraíso perdido, significando justamente a lembrança, a saudade daqueles Espíritos emigrados de Capela. Deixando todo um mundo de afetos, degredados para um planeta inóspito, habitando corpos grosseiros em meio a raças primitivas, ignorantes, dentro da saudade, revolta e amargura, lembrariam sempre de Capela, o paraíso que perderam e que buscavam no firmamento distante.

2. – pecado original – esses Espíritos aqui chegados com o objetivo de se educarem moralmente, não se renovaram da noite para o dia, abrir mão do orgulho, dos instintos inferiores. Durante muito tempo conservaram as tendências de sua origem. Assim, a chamada “mancha do pecado original”, que trazem ao nascer, é justamente essa herança de si mesmos, e que só se apagará pelo arrependimento, expiação e renovação da personalidade moral. Assim, pecado original, como normalmente se entende, como herdar a responsabilidade por uma falta cometida por outrem, não só é insensatez, como negação da justiça de Deus.

Se a entendermos como o estudado, isto é, conseqüente e remanescente da imperfeição inicial do indivíduo, não só a razão o admite, mas se considera de plena justiça a responsabilidade dela decorrente.

3. - o dogma da Imaculada Conceição, que estabelece que a mãe de Jesus não era manchada pelo pecado original. Pelo estudado, até aqui, isso seria perfeitamente possível. Poderia ela ser um Espírito puro, que não pertencia à raça exilada, e que reencarnou na Terra com uma missão. Do mesmo modo, outros Espíritos que de tempos em tempos aqui reencarnaram a fim de acelerarem o progresso, podem estar inclusos nessa faixa de Espíritos.

             

Circunscrever a Humanidade a um ponto único no espaço, a um instante na eternidade, a um privilégio de reencarne, não se coadunam, não combinam com a ideia que fazemos da Providência Divina na sua exteriorização de justiça e bondade.

 – Edgard Armond - A voz do Antigo Egito 

– Waldomiro F. Lorenz - Arquivos Psíquicos do Egito 

– Hermínio C. de Miranda - Anuário Espírita – 2000 - Revista Informação – comunicação – 1ª e 2ª parte