“Um Superuniverso”

             Ainda sobre o capítulo III Criação ”(...)hoje, os gigantes telescópios Wilson e Palomar já vasculharam os longínquos recantos do espaço cósmico. Outros telescópios, maiores e mais potentes, em plena atividade, como Hubble, por exemplo, flutuam no espaço, telecomandados por centros operacionais situados na Terra e têm enviado aos pesquisadores material de grande utilidade e interesse.

             As evidências favorecem a idéia de um universo em expansão, nascido há cerca de quinze bilhões de anos, a partir de uma brusca flutuação quântica ocorrendo em certo ponto do incomensurável e misterioso “além do espaço-tempo”. Essa flutuação quântica consiste na liberação de fabulosa quantidade de energia à qual se deu o nome de “Big Bang ou Grande Explosão”.

             Atualmente, pesquisas indicam que existe em nosso Universo em expansão apenas os astros visíveis. Há uma “matéria escura”, cuja massa total ultrapassa o volume de matéria visível.

             Esse fato, cabalmente comprovado altera o modelo do Universo em expansão apenas. Após um período de afastamento entre as galáxias, estas começarão a retornar uma à outra, para finalmente, regressarem todas ao ponto de partida de onde se originou o nosso Universo. Ocorrerá então, um “Big Crunch”, em que toda matéria constituinte do Universo voltará ao seio do “plasma primordial” que a criou.

             Como podemos ver, há uma diferença enorme entre as primeiras concepções acerca do Universo e as que hoje a Ciência oferece.

             Mais surpresas nos aguardam. O cosmo aparenta ser muito maior mesmo! “Infinito em todas as Direções” segundo Freeman Dyson, autor do livro com o mesmo nome.

             Sobre o Big Bang, convém recordar que em 1983, o físico russo Andrei Lindc, do Instituto Lebedev de Física de Moscou criou essa teoria acima da origem do Universo. Sua teoria explica que além do Big-Bang’s já ocorreram antes, estão ocorrendo e continuarão indefinidamente a ocorrer na imensidão do “além do espaço-tempo” onde estamos situados.

             Esse bilhões e bilhões de Universos semelhantes ao nosso formam uma espécie de cacho de “bolhas” tetradimensionais espaço-tempo que se estendem pelo Universo afora. Nosso Universo cósmico é uma dessas “bolhas”.

             E como surgem tais “bolhas”?

             Da mesma forma como nasceu nosso Universo há cerca de 15 bilhões de anos, em certo ponto infinito do misterioso “plasma cósmico”, onde eventualmente ocorrerá uma “flutuação quântico-energética” poderá dar-se um fenômeno semelhante ao observado em um líquido super aquecido. Em alguns desses pontos surgem “bolhas” e o líquido “ferve”. As bolhas do fabuloso caldeirão cósmico são universos como o nosso.

             Algumas estão se expandindo, outras desaparecendo. Esta “ebulição” cósmica sempre existiu e nunca cessará de produzir “bolhas universos”.

             Seriam, tais “bolhas universos” idênticas umas as outras? Em outra palavras: as leis físicas vigentes em nosso Universo (uma das bolhas) seriam idênticas às dos demais universos existentes nessa imensidão cósmica? Andrei Lindc e seus colegas crêem que cada “bolha universo” provavelmente possuirá leis físicas próprias diferentes das leis físicas das suas irmãs.

             Conclusão: - As idéias dos nossos remotos antepassados mudaram. Será que nossas atuais concepções permanecerão as mesmas? Pensamos que não. É bem possível que daqui a 10 séculos, vejamos a Ciência atual ser julgada com o mesmo senso crítico com o qual julgamos as concepções dos egípcios e gregos antigos.

             Alguns físicos modernos mais arrojados hipotetizam que o “além do espaço-tempo” é um oceano de “pura energia-consciência” de onde provém toda criação”.