35 – O espaço universal é infinito ou limitado?

- Infinito. Supõe limites para ele: o que haveria além? Isto confunde a tua razão, bem sei, e, no entanto a razão te diz que não pode ser de outra maneira. O mesmo se dá com o infinito em todas as coisas, não é na vossa pequena esfera que o podeis compreender.

- Supondo – se um limite para o espaço, qualquer que seja a distância a que o pensamento possa concebê-lo, a razão diz que, além desse limite, há alguma coisa, mesmo que fosse o vazio absoluto, ainda seria espaço.

36 – O vazio absoluto existe em alguma parte do espaço universal?

- Não. Nada é vazio. O que é vazio para ti, está ocupado por uma matéria que escapa aos teus sentidos e aos teus instrumentos.

A palavra infinito que os Espíritos, ao responderem a Allan Kardec, colocam ser tão abrangente, a ponto de, no atual momento evolutivo, não ser possível ao homem compreender, realmente, se procurarmos explicações, concordaremos com ele.

Derivada do latim, “infinitus” é explicada com o significado daquilo que não é finito; que não tem começo nem fim; eterno, que não tem limites; infindo, muito grande em duração, em extensão e em intensidade. Ultrapassa as noções habituais de grandeza que é muito numerosa; inumerável, considerável em quantidade, copioso, muito abundante e etc. Pode - se, interminavelmente, acrescer adjetivos e superlativos que embora deixando asas à imaginação, continua impossível conceituar ou definir.

No entanto, a noção ao menos do que é ou possa ser infinito, tem sido através dos tempos de importância fundamental para a formulação dos diferentes sistemas filosóficos.

Os objetos e acontecimentos com os quais convive o homem são marcados por início e término e outros consequentes objetivos e acontecimentos. Os filósofos, desde a Antiguidade buscam saber se é possível conceber algo que não tenha limites no tempo e no espaço bem como verificar se tal conhecer é importante para a experiência humana.

Entre os próprios pensadores, há divergências ou entendimentos diferenciados do que o termo em si representa. Anaximandro ensinava que uma entidade é infinita, quando é simplesmente indefinida, isto é, quando seus limites não são conhecidos, ou mesmo, remotos. Aplicava esse raciocínio sobre uma atmosfera que a percebia sem identificar termo, fim.

As séries matemáticas foram denominadas infinitas quando não se encontrava o seu fim em cálculos que prosseguiriam indefinidamente.

Essa propriedade, segundo Aristóteles, se apresentava quando não podem ser enumeradas, sem deixar resto. 

2 – KARDEC, Allan; “A Gênese” – FEB – Rio de Janeiro, RJ. 18ª edição, 1976. Cap. VI, itens: 1 à 61; pág. 103 à 140. 

3 – FRANCO, D.P. – pelo Espírito Joanna de Ângelis, “No Limiar do Infinito”; Livraria Espírita Alvorada Editora. Salvador, BA. 1ª edição, 1977. Lição 2, pág. 19 à 26. 

4 – KARDEC, Allan; “ O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Instituto de Difusão Espírita. Araras, SP. 34ª edição, 1984. Cap. III, pág. 48. 

5 – XAVIER, FC – pelo Espírito Emmanuel, “Roteiro” – FEB – Rio de Janeiro, RJ. 3ª edição, 1972; lição 39, pág. 164.