33a – “Essa teoria não parece dar razão à opinião dos que não admitem para a matéria, mais do que tais elementos essenciais: a força e o movimento, entendendo que todas as outras propriedades não são senão efeitos secundários, que variam segundo a intensidade da força e a direção do movimento?”.

Essa opinião é exata. Falta acrescentar que também, segundo a disposição das moléculas. Como se vê, por exemplo, num corpo opaco que pode tornar – se transparente, e vice-versa.

Reafirmando que a inumerável variedade dos corpos da Natureza, resulta de um pequeno número de princípios elementares combinados em proporções diferentes, poderíamos como exemplo, lembrar que:

“(...) o oxigênio combinado em certas proporções como carbono, o enxofre, o fósforo, forma os ácidos carbônicos, sulfúrico e fosfórico; o oxigênio e o ferro formam o óxido de ferro ou ferrugem”. 

“O oxigênio e o chumbo, ambos inofensivos, dão origem aos óxidos de chumbo, tais como o litargírio, o alvaiade e o mínio que são venenosos”.

“O oxigênio com os metais chamados de cálcio, sódio e potássio, forma a cal, a soda e a potassa. A cal unida ao ácido carbônico, forma os carbonatos de cal ou pedras calcárias, tais como o mármore, a cré, as estalactites das grutas; unida ao cálcio sulfúrico, forma o sulfato de cálcio ou gesso e o alabastro; ao ácido fosfórico, o fosfato de cal, base sólida dos ossos; o cloro e o hidrogênio formam o ácido clorídrico ou hidroclórico; o cloro e o sódio formam o cloreto de sódio ou sal marinho”¹.

Todas essas combinações e milhares de outras que se operam continuadamente na Natureza, podem, em pequenas quantidades, serem obtidas nos laboratórios de química.

Em sua origem, a Terra não continha essas matérias em combinação, mas, apenas, volatilizadas, seus princípios constitutivos.

Quando as pedras calcárias e outras transformadas pedrosas com o tempo, através de depósitos em suas superfícies. No ar, porém, se encontravam em estado gasoso todas as substâncias primitivas. Precipitaram – se estas por efeito do resfriamento, se combinaram segundo o grau de afinidade molecular específico, produzindo assim a formação das diversas variedades dos carbonatos, sulfatos e etc. A princípio em dissolução nas águas, depositadas, depois, na superfície do solo.

Se por hipótese a Terra voltasse ao estado primitivo de incandescência tudo se decomporia; os elementos se separariam; algumas substâncias se fundiriam e outras, se volatilizariam.

Se houvesse, a seguir, novo resfriamento, determinaria este, nova precipitação e, de novo, a formação de antigas combinações.

“(...) Estas considerações provam o quanto a Química era necessária para a inteligência da Gênese. Antes de se conhecerem as leis da afinidade molecular, não era possível compreender – se a formação da Terra. Esta Ciência lançou grande luz sobre a questão, como o fizeram a Astronomia e a Geologia, doutros pontos de vista”¹.

2- KARDEC, Allan – “O Livro dos Espíritos” – LAKE – São Paulo, SP. 63ª edição, 2002. Cap. II – nota de rodapé, pág. 63.