O Livro dos Espíritos

          Livro Primeiro

Capítulo II – Elementos Gerais do Universo

I-      Conhecimento do Princípio das Coisas

19- “(...) O homem não poderá, pelas investigações da ciência, penetrar alguns dos segredos da natureza?

- A ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todos os sentidos, mas ele não pode ultrapassar os limites fixados por Deus.”

Esses limites, recorde-se, são ação das leis naturais, reguladoras estas de limites próprios às necessidades tanto do processo evolutivo do Espírito como da matéria em si pois  “(...) estando em incessante contacto, os dois são solidários; ambos têm a sua parcela de ação na Gênese. Sem o conhecimento das leis que regem o primeiro, tão impossível seria construir-se uma Gênese completa, quanto a um estatuário dar vida a uma estátua. Somente agora, conquanto nem a Ciência material, nem a Ciência espiritual hajam dito a última palavra, possui o homem os dois elementos próprios a lançar luz sobre esse imenso problema.

Eram-lhe absolutamente indispensáveis essa duas chaves para chegar a uma solução, embora aproximativa ¹”.

Desse modo, um habitante de um mundo mais evolutivo, terá percepções mais abrangentes, entretanto ainda limitadas frente a outros estágios superiores.

Quanto mais penetre o homem na beleza e profundidade, perfeição e equilíbrio das leis, admiração e gratidão deveriam envolvê-lo, percebendo a ação de um Pai de amor em tudo quanto o rodeia. Entretanto, “(...)seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o torna freqüentemente  joguete da ilusão. Ele acumula sistemas sobre sistemas a cada dia que passa mostra quantos erros tomou por verdades e quantas verdades repeliu como erros. São outras tantas decepções para seu orgulho.”

A inteligência humana ainda encontra dificuldade em imaginar e aceitar outros mundos radiosos plenos de vida; uma Humanidade solidária a constituir-se em mesma família a unir-se em laços de fraternidade; conceber a universidade das coisas; a função e a importância de cada Espírito, seja qual for o mundo ou a posição que ocupe  “(...) A natureza onipotente age conforme os lugares, os tempos e as circunstâncias; ela é una em sua harmonia geral, mas múltipla em suas produções; brinca com um sol, com uma gota d’água; povoa de seres vivos um mundo imenso com a mesma facilidade com que faz se abra o ovo posto pela borboleta ²”.

E o homem destinado ao progresso no contínuo superar-se. Perfectível traz o gérmen, a potencialidade divina que eclode na medida e na proporção do trabalho que faz consigo Criado à imagem e semelhança de Deus, é um todo único que vai desabrochando em faculdades, apropriando-as aos seus esforços, condizentes porém ao estágio do planeta em que esteja encarnado.

Bibliografia

1-                 KARDEC, Allan – “ A Gênese” FEB- Rio de Janeiro- 18°ed. 1976 – cap IV- 17- pág 93

2-                 KARDEC, Allan “ A Gênese” FEB- Rio de Janeiro – RJ – 18°ed. 1976 – cap VI 60 pág 137-138

Leda Marques Bighetti – Outubro/2005