O Livro dos Espíritos

Contendo os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade (Segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec).

LIVRO SEGUNDO

“MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS”

CAPÍTULO IV – PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS

Questões de 166 a 221a.

I – Da Reencarnação – 166 a 170.

II – Justiça da Reencarnação – 171.

III – Encarnação nos Diferentes Mundos – 172 a 188.

IV – Transmigração Progressiva – 189 a 196a.

V – Sorte das Crianças após a Morte – 197 a 199a.

VI – Sexo nos Espíritos – 200 a 202.

VII – Parentesco, Filiação – 203 a 206.

VIII – Semelhanças Físicas e Morais 207 a 217.

IX – Ideias Inatas – 218 a 221 a.

VIII – Semelhanças Físicas e Morais

Reafirmando: intelectual e moralmente, pais não transmite aos descendentes méritos ou deméritos.

            É frequente o encontro de famílias corretas com filhos indignos. Também em meios não tão bons, casos de dedicação, equilíbrio, detalhes notórios para se perceber que a hereditariedade física não é a responsável.

            Aliás, a História mostra considerável número de exemplos: grandes homens saíram de meios ignorantes, pais medíocres: Joanna D’Arc, Francisco de Assis, Copérnico, Galvani, Rousseau, Shakespeare, meios que em nada favoreciam as notáveis faculdades que demonstraram.

            No paralelo em contrário, grandes homens e descendentes abaixo do medíocre: Péricles, gerando dois cretinos, Sócrates e Temístocles tiveram filhos indignos, Cícero, Marco Aurélio, Carlos Magno. Goethe, Henrique IV, Pedro, o Grande, e outros com descendência abaixo da média, demonstrando que a hereditariedade física não transmite aspectos morais.

            Mas, pode haver essa semelhança entre pais e filhos?

            Certamente, e reflete a aproximação de Espíritos simpáticos, nada, porém, tendo a ver com hereditariedade.

            Moral, intelecto, qualidades morais refletirão o que o Espírito traz, princípios provindos de inúmeras experiências, denodo com que se aprimorou estabelecendo esses lastros.

            Tudo quanto foi construído nos tempos do passado ou estiver sendo burilado hoje, permanece em latência, constantemente se acrescendo, jamais sendo destruído. As raízes sediam-se no inconsciente e serão tanto mais ricas e brilhantes quanto maior tenha sido o aproveitamento da alma.

            Os arquivos espirituais, portanto, são vastos tudo ali estruturado, decodificado, classificado, arrumado à disposição do ser.

            Encarnado, o Espírito, conforme estímulos ou necessidade tem acesso rápido; age com naturalidade como se estivesse dando sequência a algo que lhe é muito natural.

            Essas aquisições estratificadas nas existências passadas e que se constituem como seu substrato é o que, quando encarnado se conhece como caráter, marca própria, em inclinações tranquilas para Ciência, Artes, Cálculos, Letras, Indústrias e um sem-número de realizações importantes.

Leda Marques Bighetti – Novembro/2024