Estudo Evangélico

Fonte Viva - 78

Enxertia divina

Francisco Cândido Xavier

“Se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar.” — Paulo. (Romanos, 11.23)

A analogia trazida por Emmanuel nesta lição atende perfeitamente a finalidade das palavras de Paulo na proposta de ampliar a compreensão dos homens para as várias etapas de desenvolvimento do ser, planta espiritual que é.

Passados os estágios iniciais em que são necessários condução, para as almas que necessitam de maiores cuidados e atenções, ou de poda e sustentação para as almas que trazem resquícios de hábitos pouco desejáveis, caminha o ser vagarosamente em busca da luz do Universo.

Na sequência das estações de crescimento, como fases ou etapas da existência a se manifestarem com o desenvolvimento do indivíduo, é possível perceber o grau de amadurecimento do encarnado, que se agita na ânsia de fazer manifestando, no meio, os recursos da razão que somados aos conteúdos espirituais trazidos dinamizam sua renovação.

No desenrolar de cada fase ampliam-se as oportunidades de desenvolvimento dos recursos em germe, que afloram naturalmente que quando convenientemente utilizados produzem, em abundância, excelentes frutos de sublimação.

Cada dia oferece o Criador inúmeras possibilidades de crescimento em consonância com o quadro de necessidades do reencarnado, motivando-o a inserir em sua essência espiritual, conscientemente, novos elementos de amadurecimento.

E como isso se dá? Normalmente pelas interações com o meio, nas muitas relações pessoais que são as inserções de que o Apóstolo fala.

Na família, no trabalho ou na vida de relação é o homem, diariamente, convidado ao aprimoramento espiritual pela renovação dos sentimentos, pela introdução de hábitos e pensamentos novos ao repetir suas atividades tendo novas experiências cotidianas.

Assim, nos muitos movimentos da vida, se o coração já agasalha o desejo de elevação aplique-se em desenvolvê-lo com vistas ao futuro, mas, se permanece estacionado, incrédulo e ainda resiste aos convites, que em vão se repetem, é sinal de que o solo do coração ainda não está suficientemente preparado e a planta ali enraizada está em dormência e enovelada sobre si mesma, desperdiçando os preciosos recursos renovadores.

Portanto, em se debruçando honestamente o homem sobre si mesmo na análise da planta espiritual que é, deve escrupulosamente, movimentar os recursos latentes em si e oferecer à luz imperecível do Universo tudo quanto possa produzir nas novas experiências, marchando firme no ideal de aperfeiçoamento e crescimento, na renovação das próprias forças.

Paulo C R Oliveira - outubro de 2024

"XAVIER, Francisco C., pelo Espírito Emmanuel. Fonte Viva. FEB - 1ª ed. – 5ª reimpressão, Brasília-DF, 2013, lição 78.