O LIVRO DOS MÉDIUNS

(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)

por

ALLAN KARDEC

Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.

SEGUNDA PARTE

DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS

CAPÍTULO XXIX - REUNIÕES E SOCIEDADES

REUNIÕES EM GERAL - SOCIEDADES PROPRIAMENTE DITAS –

ASSUNTOS DE ESTUDOS – RIVALIDADES ENTRE AS SOCIEDADES

DAS SOCIEDADES PROPRIAMENTE DITAS

A questão 340 destaca que as sociedades espíritas, independentemente dos estudos e tamanhos de reunião, enfrentam vários fatores de perturbação comuns aos agrupamentos de pessoas diferentes entre si, assim como os causados pelo desencarnados contrários à proposta espírita.

Esclarece Allan Kardec:

“Assim como há Espíritos protetores para as instituições, as cidades e os povos, os Espíritos malfeitores também se ligam aos grupos e aos indivíduos. Ligam-se primeiro aos mais fracos e aos mais acessíveis, procurando transformá-los em seus instrumentos, e pouco a pouco, vão envolvendo a todos, porque sua alegria maligna é tanto maior quanto maior o número dos que tenham subjugado. Todas as vezes, pois, que num grupo uma pessoa tenha caído na armadilha, é necessário dizer que se tem um inimigo no campo, um lobo no redil e que se deve ter cautela, porque o mais provável é que aumente as suas tentativas.”

O modo de enfrentar a influência espiritual é através da auto-observação e de uma imprescindível resistência enérgica. A obsessão se torna um mal contagioso que se manifestará entre os médiuns pela perturbação da mediunidade e entre os demais membros da Casa pela hostilidade recíproca, a perversão do senso moral e a destruição da harmonia.

O mais poderoso antídoto desse veneno é a caridade; é a ela que os Espíritos obsessores procuram abafar, o que exige dos trabalhadores da Casa lucidez, tolerância, harmonia entre si. Não se deve, pois, esperar que o mal se torne incurável para lhe aplicar o remédio. Nem mesmo se deve esperar os primeiros sintomas, pois é necessário sobretudo preveni-los, e para isso há dois meios eficazes, quando bem aplicados: a prece feita de coração e o estudo atento dos menores sintomas que revelem a presença de influência espiritual negativa.

A prece sincera atrai os Espíritos bons que só assistem cuidadosamente aos que demonstram confiança em Deus; o estudo possibilita a reflexão e a identificação do que acontece, mostrando aos maus Espíritos que se puseram em relação com pessoas esclarecidas e bastante sensatas para não se deixarem enganar. Se um dos membros do grupo cair sob a influência da obsessão, todos os esforços devem tender, desde os primeiros sinais, a lhe abrir os olhos, antes que o mal se agrave, a fim de levá-lo à compreensão de que foi enganado, a fim de que ele próprio ajude os que procuram livrá-lo da influência negativa que o acomete.

Concluindo, a influência espiritual existe e devido às imperfeições que ainda trazemos, somos frágeis, pois somos influenciáveis, o que causará prejuízo aos núcleos de trabalho de que participamos, se não observemos a nós mesmos, a fim de não sermos “pedras de tropeço” na expansão do Evangelho de Jesus.

1 - KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns - 2. ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. XXIX – q. 340

Tereza Cristina D’Alessandro – junho/2024