O Livro dos Espíritos

Contendo os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade (Segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec).

LIVRO SEGUNDO

“MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS”

CAPÍTULO IV – PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS

Questões de 166 a 221a.

I – Da Reencarnação – 166 a 170.

II – Justiça da Reencarnação – 171.

III – Encarnação nos Diferentes Mundos – 172 a 188.

IV – Transmigração Progressiva – 189 a 196 a.

V – Sorte das Crianças após a Morte – 197 a 199 a.

VI – Sexo nos Espíritos – 200 a 202.

VII – Parentesco, Filiação – 203 a 206.

VIII – Semelhanças Físicas e Morais 207 a 217.

IX – Ideias Inatas – 218 a 221 a.

III - ENCARNAÇÃO nos DIFERENTES MUNDOS - 172 a 188

Questão 180

            “180 – Ao passar deste mundo para outro, o Espírito conserva a inteligência que tinha aqui”?

            “– Sem dúvida, pois a inteligência nunca se perde. Mas ele pode não dispor dos mesmos meios para manifestá-la. Isso depende de sua superioridade e do estado do corpo que adquirir”. (Ver Influência do Organismo item 367).

          Autores como Gabriel Dellane, Léon Denis, Joanna de Ângelis, designam o perispírito como “sede” – local onde se situa determinado fato, isto é, armazém, chapa fotográfica, arquivo, aliado aos verbos registrar, gravar, acumular, arquivar, mostrando a preocupação deles em passar a ideia aproximada de uma realidade para a qual não se dispõe de imagens específicas.

            Deixam, porém, claro, o pensamento de que o corpo espiritual guarda memória, registro de vivências, locais nos quais inusitadas experiências se realizaram.

            O livro “Evolução Anímica” é todo um detalhamento demonstrando que nada se perde nesse verdadeiro arquivo, que em nenhum momento o privilegia em detrimento do Espírito. Quem retém todo potencial é o Espírito, porém, o perispírito, por estar intimamente ligado a ele é veículo do pensamento.

            O “Livro dos Médiuns” (118), é bem claro quando ensina que, concluída uma prova, adquirida uma virtude, fica o Espírito com a ciência que daí lhe veio e não mais a esquece, e confirma isso nessa questão em estudo, quando afirma que passando de um mundo para outro conserva a inteligência que já possui. Na questão 218 a, insiste, afirmando que os conhecimentos adquiridos em uma existência não mais se perdem; liberto da matéria o Espírito os tem presente.

            Recordar que o perispírito é inerte; é no Espírito que tudo reside; é ele que lembra, pensa, ama, deseja e quer.

            No transcorrer dos estudos anteriores, ressaltou-se que ao mudar de um mundo para outro, o perispírito se forma pelos fluidos desse mundo adequando-se ao meio. Se o pensamento, as lembranças, nele estivessem, se perderiam, bem como tudo quanto tivesse conquistado em seus momentos de superação do caminhar através os milênios.

            O Espírito conserva os atributos que constituem sua natureza espiritual acrescendo, enriquecendo-a com os detalhes das experiências.

Leda Marques Bighetti – Novembro/2022