255 - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO-ALLAN KARDEC

CAPÍTULO XXVIII: COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS

V. PRECES PELOS SOENTES E PELOS OBSEDADOS

PELOS DOENTES: ITENS 77 A 80

Na Terra, mundo imperfeito, adequado a Espíritos ainda em um estágio evolutivo bastante inferior, com dificuldades de aceitar as leis divinas, o corpo físico é ainda muito material.  Por isso, está sujeito, pela sua própria natureza, às doenças, às deteriorações e à morte.

“As paixões e os excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos, condições malsãs, frequentemente, transmissíveis pela hereditariedade”.

Assim, as doenças fazem parte do nosso viver cotidiano, tornando-se, quando bem compreendidas, um valioso instrumento de aperfeiçoamento moral do homem.

Isso não significa que devemos aceitá-las, passivamente. Devemos evitá-las, combatendo nossos maus hábitos de vida, tanto os físicos, quanto os morais, pois, todos os excessos físicos, espirituais, emocionais, trazem consequências desagradáveis, dentre as quais estão as doenças.

Devemos, pois, buscar os recursos da medicina nos seus tratamentos, para eliminar as doenças ou minorar seus efeitos.

O Espiritismo, ensinando-nos que estamos no lugar certo, na época certa, com as pessoas certas, vivendo experiências necessárias ao nosso desenvolvimento espiritual, que estamos sujeitos às leis naturais, sábias e amorosas, e que a justiça divina é perfeita e misericordiosa, nos dá as condições de resignação – sentimento ativo e dinâmico – às doenças, tanto as que surgem por causas atuais, pela indisciplina e rebeldia dos homens, quanto às que têm sua origem em causas anteriores.

Nesse caso, a doença, que estava no perispírito, como efeito de ações negativas em vidas passadas, foi passada para o corpo físico, a fim de ser eliminada, ao mesmo tempo em que servindo de expiação ou de prova, leva o doente a querer transformar-se, em seu sentir, pensar e agir, reeducando-se.

A doença pode, então, ser considerada um instrumento libertador, na quitação de uma dívida mais antiga.

Para tratar, curar ou abrandar os efeitos das doenças, além dos recursos da medicina, elaborados pela Ciência, o Espiritismo demonstrou a ação dos fluidos magnéticos e espirituais, na ação dos passes, através de médiuns curadores, oferecendo seus fluidos magnéticos e servindo de instrumento, através do quais, os Espíritos agem em favor do enfermo, e o recurso da oração, que atrai os Espíritos bons, para o fornecimento de fluidos curativos, e o fortalecimento das energias, da vontade de curar-se, e da aceitação e resignação aos sofrimentos.

A prece em favor dos enfermos, expressa por eles e /ou por outros é sempre uma benção de luz, envolvendo a pessoa, com os fluidos espirituais, saudáveis, curativos, estimulando também os sentimentos bons, a vontade do bem, a resignação, e a humildade da aceitação das leis do Pai, que sabe das necessidades dos seus filhos.  

A prece sincera é um ato de humildade do filho que se reconhece necessitado de amparo e auxílio, e confia no amor do Pai e nas Suas leis.

Allan Kardec apresenta três modelos de preces: uma para ser dita pelo doente, outra em favor de um doente e a terceira, para o médium curador, no momento do passe ou mesmo à distância em favor de um doente.

A primeira é um testemunho do reconhecimento do amor e da justiça divina, julgando-se merecedor do sofrimento pela confiança em Deus, nas Suas leis. Não pede a cura, coloca-se sob a vontade do Pai, porque sabe que Ele é justo e misericordioso, dando “a cada um segundo as suas obras”, conforme disse Jesus. “Submeto-me sem murmurar aos vossos decretos divinos, porque tudo o que fazeis, só pode ter por fim, o bem das vossas criaturas”.

A segunda dirige-se a Deus, aos Bons Espíritos, pedindo por um doente.  “Dirigi o meu pensamento a fim de que possa derramar-se sobre o seu corpo, como um bálsamo salutar, e sobre sua alma como uma consolação”. “Dai-lhe a força fé suportar as suas dores com resignação cristã, para não perder os resultados desta prova por que está passando”.

A terceira é para ser dita pelo médium curador. “Permiti aos Bons Espíritos impregnar-me com o seu fluido salutar, a fim de que possa transmitir a este doente, e afastai de mim qualquer pensamento de orgulho e de egoísmo, que lhes poderia alterar a pureza.”

Nessa frase, vemos o quanto é exigido do médium curador, em relação a sua confiança em Deus, à compreensão da necessidade do auxílio espiritual para a execução da sua tarefa, e o auxílio espiritual para considerar-se apenas um instrumento dos Espíritos e de Deus, porque sabe que quem trata e cura não é ele.

Leda de Almeida Rezende Ebner – Agosto/2022

O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner, após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.