254-O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - ALLAN KARDEC

CAPÍTULO XXVIII: COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS

ITENS 75 E 76:  PELOS ESPÍRITOS ENDURECIDOS

Iniciando o prefácio, Allan Kardec define os maus Espíritos como sendo “os que ainda não foram tocados pelo arrependimento; que se comprazem no mal e não sentem nenhuma pena pelo que fazem; que são insensíveis às repreensões, repelem a prece e frequentemente blasfemam contra Deus. São essas almas endurecidas que, após a morte, se vingam dos homens pelos sofrimentos que suportaram, e perseguem com o seu ódio aqueles a quem detestaram durante a vida, seja obsedando, seja perturbando-os com alguma falsa influência.”

Lembramos que no capítulo X, itens 5 e 6 (site: link 1)* , e no XII, itens 5 e 6, (site: link 2)**, esse tema foi enfocado.

Todavia, sempre há lugar para novos raciocínios, ou reforçar os já formulados, a fim de que nossa visão interna sobre os seres e a vida se aprofunde e se amplie cada vez mais no entendimento das leis divinas.

Nas palavras de Allan Kardec, vemos que os maus Espíritos, os considerados demônios, anjos criados por Deus, que se rebelaram, e passaram a lutar contra Seu Pai e Criador, não passam de almas já vividas na Terra, que ainda vivem na ilusão de que o mal é perene, e a eles cabem angariar adeptos para essa ideia, perturbar os que não pensam como eles, e vingar-se dos seus sofrimentos.

Allan Kardec faz uma distinção entre esses Espíritos: os francamente maus e os hipócritas. Os primeiros são mais fáceis de serem conduzidos ao bem, porque seus erros são frutos da ignorância de que o bem é o destino de todos. Agem mais por instinto e por temor. Uma vez que se consiga, nas reuniões mediúnicas, tocar-lhes o coração pela vibração amorosa das palavras e do sentimento, rendem-se aos que lhes querem ajudar.

Os hipócritas são inteligentes, e se fecham nos seus sentimentos maus, podendo até fingir a aceitação das idéias, que eles repelem. Assim, podem mais facilmente continuar influenciando seus adversários, com sua aparência de fé.

Então, pode-se perguntar. Adianta orar por esses Espíritos, se eles querem permanecer na insensibilidade ao bem?

Todos os espíritos foram criados por Deus, simples e ignorantes, cabendo-lhe fazer seu desenvolvimento espiritual, e todos o conseguirão, porque esse destino é determinado por Deus, que criou seus filhos, imortais e perfectíveis.

E a oração sincera envolve esses Espíritos, suavizando seus sofrimentos, pela persistência das vibrações amorosas.

Todos os Espíritos serão bons e sábios um dia, porque Deus é Amor, e a prece em favor desses irmãos, que ainda perseveram no mal, mostra-lhes também que eles podem ser auxiliados, amados, por pessoas que não os temem, mas os querem ver mais felizes.

A prece é sempre um facho de luz ligando quem ora àquele por quem ora, e, ninguém resiste à vibração de um sentimento amoroso, que nada pede para si, mas pede por alguém que lhe inspira um sentimento fraterno, que vê nele apenas um irmão equivocado.

A prece publicada é dirigida a Deus, mas também a esse Espírito, por quem se ora, num monólogo de raciocínios amorosos, que podem levá-lo ao arrependimento e à vontade de renovar-se, ou de entregar-se ao amparo dos Bons Espíritos.

Na descrição da sua caminhada evolutiva, podemos também nos identificar com esses Espíritos, porque, provavelmente, antes de despertarmos para a realidade espiritual de todos nós, também caminhamos pelas estradas das sombras, até sermos auxiliados por alguém que conseguiu nos sensibilizar para o bem.

E como sentimos a dificuldade dessa renovação interna, somos mais adequados para orar em benefício dos nossos irmãos estacionados na estrada sombria da ilusão de que o mal faz parte da nossa essência espiritual.

Sugerimos ler e refletir sobre a prece publicada nesse capítulo, item 76.

- Site: link 1*  https://cebatuira.org.br/estudos_detalhes.asp?estudoid=447

- Site: link 2**  https://cebatuira.org.br/estudos_detalhes.asp?estudoid=471

Leda de Almeida Rezende Ebner – Julho/2022

O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner, após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.