245 - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - ALLAN KARDEC

CAPÍTULO XXVIII: COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS

III – PRECES  PARA  OS  OUTROS

ITENS  50 A 52:  PRECE PARA UM NASCIMENTO

Desperto para a vida espiritual, para seus valores, vai o homem, compreendendo melhor a vida material, valorizando-a como oportunidade de aprendizado, de aperfeiçoamento espiritual.

Quando consegue ter na mente e no coração a finalidade do seu viver na Terra, compreendendo que é um ser imortal em processo evolutivo, todas as vicissitudes da vida tornam-se entendidas no seu valor real, como meios de adiantamento, seja pela expiação de suas faltas passadas, seja pelo cumprimento de uma missão útil à humanidade. 

Assim compreendendo, sente o homem a necessidade de manifestar a Deus seus agradecimentos por tudo, tanto as coisas agradáveis quanto as desagradáveis, pois, todas têm a mesma finalidade de mudanças interiores.

A prece pelo nascimento de uma criança, nada tem com o batismo católico e protestante, e deve sempre ser proferida pelos pais, expressando sua alegria, e pedindo a Deus, que eles possam bem cumprir a sagrada missão de serem pais, que é a auxiliar esse Espírito, que vem para aperfeiçoar-se.

Na primeira prece oferecida, como todas as do capítulo, como “uma variante das instruções dos Espíritos”, os pais dão as boas-vindas ao Espírito que vem como filho. Após, dirigem-se ao Pai, agradecendo a benção recebida.

Com amor e boa vontade, dispõem-se a ajudar esse Espírito que chega, quer seja ele um Espírito bom, que venha em missão, quer seja um Espírito imperfeito, necessitado de boa orientação e de bons exemplos.

Pede o amparo espiritual para tudo fazerem em seu benefício, a fim de que essa sua nova existência lhe seja um avanço na trajetória evolutiva.

“Se esta criança tiver de ser um motivo de prova para nós, seja feita a Vossa vontade. Bons Espíritos, que viestes presidir ao seu nascimento e que deveis acompanhá-la durante a vida, jamais a abandoneis. Afastai os maus Espíritos, que tentarem induzi-la ao mal. Dai-lhe a força de resistir às suas sugestões, e a coragem de sofrer com paciência e resignação as provas que a esperam na Terra.”

É uma prece bem realista, de quem tem olhos de ver, e está bem preparado para exercer a missão de educar um filho, que, embora esteja em um recomeço de novos aprendizados, traz em si, toda uma bagagem de experiências e conhecimentos anteriores.

Na segunda prece, pede ao Pai discernimento, isto é a capacidade de avaliar, com clareza e objetividade, as tendências desse Espírito, “que devo preparar para a vossa paz.” Cabe aos pais, na infância, auxiliar esse Espírito a combater suas más inclinações e desenvolver o bem, que traz dentro de si, desde a sua criação.

Na terceira, pede-se a Deus, que essa criança que retorna à vida na Terra, para progredir, na reforma do seu caráter, possa aprender conhecê-Lo e amá-Lo.

Que a sua inteligência seja guiada pelos princípios espíritas, que melhor orientam nas escolhas que terá de fazer no decorrer da vida, e que tornam os ensinos de Jesus mais claros e, portanto, possíveis de serem vivenciados desde já, na Terra.

Pede a Deus que a família a quem foi confiado esse Espírito, seja amparada, para compreender a sagrada missão que recebe, e dar a essa criança, a boa orientação e os bons exemplos, para que, mais tarde, quando ela puder, por si mesma, e através das suas próprias aspirações, continuar querendo elevar-se sempre nos valores espirituais.

Todos os itens desse capítulo ressaltam a importância da vida na Terra para quem chega e para a família que a recebe, a responsabilidade dela em relação a esse ser, que vem, totalmente, dependente, nos seus primeiros anos, dos cuidados dos pais.

Os pais espíritas, não poderão alegar ignorância, se não cumprirem esta missão, esforçando-se o mais possível, na educação dos filhos, “Não essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas a que tende a fazer homens de bem”, como lemos em O Livro dos Espíritos, capítulo XII, texto de Kardec, após a resposta da questão 917.

Importante também, ler nesse mesmo livro, no capítulo VII: Da Infância, questões 379 a 385, a importância e a necessidade desse período da existência terrena para essa criança e para todos nós, que fazemos parte dessa humanidade.

Leda de Almeida Rezende Ebner – Outubro/2021

O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner, após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.