242- O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO- ALLAN KARDEC

CAPÍTULO XXVIII – COLETÃNEA DE PRECES ESPÍRITAS

III – PRECES PARA OS OUTROS

ITENS 42 E 43: PELOS QUE ESTÃO EM AFLIÇÃO E GRAÇAS POR BENEFÍCIO CONCEDIDO A OUTRO

As preces em favor dos outros podem auxiliá-los?

Sim, constituindo-se um ato de caridade, que qualquer pessoa que tenha fé em Deus pode realizar, além de estimular quem ora a desenvolver o amor ao próximo, objetivo do viver na Terra, porque quem ama o próximo ama a Deus, “Inteligência suprema e Causa primária de todas as coisas”, aperfeiçoando-se.

Evidentemente, não é função da prece a abreviação ou a eliminação do sofrimento da aflição. Se essa for necessária por mais tempo, pelas próprias dificuldades e necessidades de quem sofre, a pessoa por quem se pede, receberá o auxílio para melhor suportar sua prova, sem rebelar-se, com mais resignação e confiança nos homens e em Deus.

Receberá as vibrações amigas e amorosas de quem ora e a assistência dos Espíritos bons, envolvendo-a com fluidos benéficos, auxiliando-a a mudar ou manter seu campo mental em equilíbrio e serenidade, se ela souber aproveitar o auxílio espiritual.

Em qualquer tipo de sofrimento, o que mais ajuda quem o sofre é a coragem e a resignação, sem as quais, seus efeitos educativos e transformadores não acontecerão, havendo necessidade de vivê-lo novamente, na atual ou em próxima reencarnação.

A coragem existe quando a certeza da continuidade da vida norteia o viver, sabendo-se que tudo se constitui em experiências necessárias ao aperfeiçoamento do ser espiritual.

A resignação vem da confiança na justiça divina, que dá a cada um segundo as suas obras, e segundo as suas necessidades espirituais.

Assim, devemos sempre auxiliar os que padecem, como pudermos, com conselhos estimulantes, com ajuda material, não nos esquecendo da oração em seu favor, porque todo pedido feito com sinceridade atrai a atenção dos bons Espíritos, que irão fornecer-lhes fluidos salutares, fortalecendo-lhes a coragem e a resignação, além das vibrações de paz e harmonia que lhes insuflarão.

Na prece escrita por Allan Kardec, penso eu que falta um ‘não’ na terceira frase do item 43, na tradução do prof. Herculano Pires, da FEESP, 1998, assim corrigida: “Se, no seu próprio benefício, elas não podem ser diminuídas, fazei-lhe compreender que elas são necessárias ao seu adiantamento. Dai-lhe a confiança em Deus e no futuro, que as tornará menos amarga.”

Sentir-se feliz e agradecido por benefícios recebidos é quase uma consequência natural do sentir e pensar do ser humano, que já percebeu a necessidade de uns ajudarem os outros, porque ninguém pode bastar-se a si mesmo.

O homem é um ser social, dependendo uns dos outros, e nesse reconhecimento e aceitação, sentir-se feliz e agradecido em ser auxiliado, é quase um efeito natural, embora ainda haja muita ingratidão entre os homens.

Sentir-se feliz com os benefícios recebidos por outros, já exige a superação, ainda que em parte, do egoísmo, da inveja. Demonstra uma elevação de bons sentimentos.

Agradecer a Deus por benefícios recebidos por outras pessoas, é um ato de amor ao próximo, nem sempre lembrado pelos homens, por viverem ainda muito envolvidos pelas atividades e necessidades materiais.

Daí, refletir cada um consigo mesmo, sobre essa recomendação de Allan Kardec, de agradecer a Deus por benefícios recebidos por outros, pode, se bem aproveitada, servir para conhecer-se melhor.

            Saber o quanto se avançou na diminuição dos sentimentos negativos do egoísmo, da inveja, bem como o quanto se evoluiu nos sentimentos do altruísmo, do querer aos outros, somente, o que se quer para si, não sentindo inveja do que os outros possuem.

Vamos reproduzir, na íntegra, a prece que merece ser estudada por todos nós: “Senhor, agradeço-vos a felicidade concedida a Fulano. Bons Espíritos, fazei que ele veja nesse benefício uma consequência da bondade de Deus. Se o bem que lhe é dado constitui uma prova, inspirai-lhe o pensamento de bem empregá-lo e de não se envaidecer, para não transformá-lo em prejuízo futuro. Vós, meu Bom Espírito, que me protegeis e desejais a minha felicidade, afastai de mim qualquer sentimento de inveja ou de ciúme.”

Leda de Almeida Rezende Ebner – Julho / 2021

O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner, após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.