01/05/1880 – Nasce na cidade de Sacramento, (MG), Eurípedes Barsanulfo, médium devotado e fundador do Colégio Allan Kardec.

Eurípedes Barsanulfo nasceu na cidade de Sacramento (MG) em 1º de maio de 1880. Foi educador, político, jornalista, médium brasileiro e espírita exemplo no Espiritismo do Brasil.

Se em todas as áreas atuou com denodo, o maior destaque se dará em relação à educação e à Assistência Espiritual.

Quando criança, foi aluno do Colégio Miranda aí se destacando desde cedo: auxiliava os professores explicando as matérias aos colegas que necessitassem.

Terminando seus estudos, passa a trabalhar no escritório contábil de seu pai, passando desde cedo a colaborar na manutenção do lar.

Em 1902, com antigos professores, funda o Liceu Sacramentano no qual passa a dar aulas. Mais tarde, alguns alunos incentivados pelo professor, fundarão o Serviço de Assistência aos necessitados. Nessa mesma época participa da fundação da Gazeta de Sacramento passando a editar matérias sobre economia, literatura e filosofia.

Autodidata, estuda, procura conhecer tudo quanto lhe é possível a respeito de Medicina, Direito, Astronomia, Filosofia, Matemática, Literatura, Ciências Físicas e Naturais, sem jamais ter cursado naquele tempo, naquela época o ensino superior.

Por sua atuação humanitária em todos os campos da vida da cidade, elegeu-se vereador, cargo em que permanece por seis anos.

Beneficiou a população de inúmeros modos, principalmente com a luz e os bondes elétricos, com a água encanada, construção do cemitério público. Ao final desses anos, renuncia por não concordar com decisões que beneficiariam só os que estavam no poder.

Era católico e presidente dos Vicentinos.

Seu primeiro contato com a Doutrina Espírita vai acontecer por volta de 1903, por intermédio de um tio, que além de lhe explicar pontos básicos empresta-lhe o livro de Léon Denis “Depois da Morte”.

Eurípedes lê, analisa, estuda: encontra conceitos que lhe parecem corretos, lógicos. Na reencarnação, nas energias, fluidos, magnetismo, as reflexões às respostas dos processos geradores dos desequilíbrios físicos, morais e sociais, ocupam seu pensamento.

Mesmo com dúvidas, vai a um Centro Espírita e aí ao ver parentes analfabetos falando em línguas diferentes ou expressando ideias, dramas desconhecidos deles, decide por tornar-se espirita e ajudar no auxílio e amparo aos necessitados.

Irrompe nele toda uma sensibilidade mediúnica e anímica. Tentando explicar aos familiares, foi rechaçado, perseverando, porém.

Daí para frente transformação total em seu viver: muda-se das casas dos pais, funda em 1905 o Grupo Espírita Esperança e Caridade no qual passa a realizar reuniões doutrinárias, mediúnicas e auxílio indistinto aos necessitados.

A mediunidade estuante ocorria através da inspiração, psicografia, vidência, audiência, psicofonia. Receitista, psicografa prescrições do Espírito Bezerra de Menezes, sendo ainda dado aos desdobramentos e à bicorporeidade.

Em 31 de janeiro cria o primeiro educandário brasileiro com orientação espírita – o Colégio Allan Kardec – era gratuito; visava atender os pobres, os órfãos, e além do currículo normal, os alunos recebiam aulas de Evangelho e de Moral Cristã.

Em 1917, quando diretor do Sanatório Espírita de Uberaba um médico Uberabense aliado ao clero, moveu-lhe processo penal sob acusação de exercício ilegal da Medicina que acabou sendo arquivado pelo juiz da comarca.

Em todos os campos de atividade dava o melhor de si, porém, seu amor à educação era notório. Os métodos utilizados, estando a frente de seu tempo, tornaram–se modelo para muitos centros educacionais.

Incansável em todos os trabalhos, sua ação em prol dos outros granjeou-lhe ser chamado “Apóstolo do Triangulo Mineiro”.

A epidemia da influenza, chamada de febre amarela, abateu sobre a cidade e localidades vizinhas. Eurípedes era chamado seguidamente para atender aos enfermos que se viu, junto com seus colaboradores, em acervo de trabalhos jamais alcançado. No dia 22 de outubro, Eurípedes apareceu febril. Durante três dias não abandonou seu posto e embora febril ia e vinha de uma a outra casa atendendo a chamados aflitos.

O volume de pedidos era imenso; verdadeira multidão aguardava para ser consultada. Aconselhavam-no a deitar-se ao que ele respondia que não podia, os enfermos não podiam esperar.

A secretária vai buscar D. Meca, sua mãe que o convence a descansar. Diz ela à secretária:

“ - Amália, abra o cortinado da cama de Eurípedes... Assim.

Depois ao filho:

- “Sente-se, filho, aí na cama e descanse um pouco.

Eurípedes obedece, relutante.

Auxiliado pela mãe e pela secretária, deita-se para não mais levantar.

Mesmo acamado, atendia ao receituário.

As seis horas do dia 1º de novembro, aos trinta e oito anos, Eurípedes libertava-se dos laços fluídicos, que o traziam preso ao veículo carnal.

Material Bibliográfico: - Paulo Alves Godoy – “Personagens do Espiritismo” - Corina Novelino - “O Homem e a Missão”.

Leda Marques Bighetti – Mai/2019