Estudo 1 – História - 7 de Setembro - Independência do Brasil
“Dia da Pátria”, “Dia da Independência do
Brasil” ou “Sete de Setembro” é feriado nacional da Pátria brasileira celebrado
a cada ano no dia 7 de setembro e em meio a festas, desfiles, homenagens se
comemora a Declaração de Independência do Brasil do Império Português.
Antes de entrarmos aos dados específicos
relativos à Independência, recordar que o sonho da autonomia política acontecia
desde tempos anteriores em tentativas nas quais muitos brasileiros morreram nas
lutas por esse ideal. Poderíamos lembrar o mais conhecido, em que os onze
componentes do grupo dos Inconfidentes são degredados para regiões da África
enquanto Tiradentes é executado e de forma terrível tem seus despojos exibidos
em várias províncias e locais para servir de lembrança ao que poderia
acontecer, caso alguém mais se decidisse por atitudes semelhantes. Não podemos
nos esquecer da “Conjuração Baiana” ou “Revolta dos Alfaiates” que
reivindicavam não só a e emancipação da colônia como também abolição da
escravatura, governo republicano, democrático com liberdades plenas, livre
comércio e abertura dos portos. Irrompeu em 12 de agosto de 1798 e em 8 de
novembro a pena capital por enforcamento, o esquartejamento do corpo em
exposição pública e o degredo forma identicamente ao caso da Inconfidência,
praticados. A Inconfidência tinha um caráter mais elitista; a Conjuração
popular e mais abrangente, embora ambas visavam como ponto básico, libertar-se
das imposições da coroa portuguesa.
Voltando aos bancos de escola,
recordaremos que, as tropas de Napoleão invadem Portugal que se negara
participar do embargo comercial contra o Reino Unido. Fugindo das confusões
geradas, a família real portuguesa parte do Tejo a 29 de janeiro de 1807 aqui
chegando em janeiro de 1808, transferindo-se então, Lisboa para o Rio de
Janeiro, na época capital da colônia. Estando aqui, em 1815, D. João VI cria o
Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, elevando a colônia à condição de
Reino, porém subordinado a Portugal.
Em 1820, irrompe em Portugal uma revolução
política, forçando o retorno da família real que deixa aqui o herdeiro do trono
português, D. Pedro de Alcântara.
Em 1821, Portugal determina que o Brasil
retorne à sua condição de subordinação total como colônia assim como o retorno
de D. Pedro, uma vez que como sucessor direto do rei deveria estar no reino.
D. Pedro, acatando parecer do Senado da
Câmara do Rio decide por não voltar e em 9 de janeiro de 1822 pronuncia
palavras que marcaram essa decisão como o “Dia do Fico”.
Após isso, D. Pedro tomou série de medidas
que em muito desagradou a Portugal: convocou uma Assembleia Constituinte;
organizou a Marinha de Guerra; obrigou as tropas portuguesas a voltarem para o
reino, proibiu a entrada de novos contingentes portugueses; determinou que
nenhuma lei de Portugal seria aceita ou posta em vigor sem o “cumpra-se” ou
seja, sem sua aprovação. Além disso, incitava o povo a lutar pela separação de
Portugal.
Minas Gerais e São Paulo manifestavam
preocupação de que caso essa separação acontecesse, geraria desestabilização
social. D. Pedro viaja, vai até as províncias, no intuito de acalmar,
esclarecer.
Durante a viagem de volta, quando viajava
de Santos para São Paulo, recebe nova carta de Portugal que não só anulava a
Constituinte como exigia sua volta imediata. Estava próximo ao riacho do
Ipiranga e consta que, erguendo a espada configura o que é conhecido como
“Grito do Ipiranga”, ou seja, “Independência ou Morte”, pondo fim a 322 anos de
domínio colonial exercido por Portugal.
O historiador Laurentino Gomes autor de
livro que conta o evento com detalhes escreve: “D. Pedro não conseguiu esperar a chegada em São Paulo para anunciar
sua decisão: ele era um homem temerário em suas decisões, mas tinha o perfil do
líder que o Brasil precisava na época, pois não havia tempo para se pensar”.
Um mês depois, em 12 de outubro de 1822 D.
Pedro foi aclamado Imperador e em 1º de dezembro coroado com o título de D.
Pedro I.
Consumado o fato, logo os versos do “Hino
da Independência” eram cantados “... Já
podeis da Pátria filhos, ver contente a mãe gentil, já raiou a liberdade no
horizonte do Brasil”......***
As províncias da Bahia, Maranhão e Pará,
que tinham governantes de maioria portuguesa só reconheceria a Independência em
1823, depois de conflitos entre e população e soldados portugueses.
Nesse mesmo ano, 1823, houve eleição para
formação da Assembleia Constituinte que elaborou e aprovou a Carta
Constitucional, entretanto, em virtude de divergências com D. Pedro, foi
fechada. A Primeira Constituição será elaborada por um Conselho de Ministros e
outorgada pelo Imperador em 20 de março de 1824. Com ela finalmente entra em
vigor a separação oficial entre a colônia e o reino.
Os primeiros países a reconhecerem a
Independência foram os Estado Unidos e México. Portugal só reconheceria esse
desligamento em 1825, exigindo antes o pagamento de dois milhões de libras
esterlinas. Não possuindo essa quantia, D. Pedro recorre a empréstimo com a
Inglaterra após o que acontece a assinatura por D. João VI do “Tratado de Paz e
Aliança entre Portugal e Brasil” acontecendo aí a separação total.
Entender que o acontecido em 1822, não se
constitui como ato isolado do príncipe, mas integra descontentamentos, revoltas
de emancipação iniciadas no mundo desde o final do século XVIII contra os
antigos sistemas de domínio colonial.
Também, perceber que o fato se restringe à esfera política, não
alterando a realidade social uma vez que a desigualdade da renda continuou a
mesma, a escravidão se manteve. A classe que mais se beneficiou foi a agrária,
porém essas situações irão encontrar desenvolvimento em fatos que comporão
outra face histórica da realidade brasileira.
O fato é que a separação política entre o
Brasil e Portugal teve um sentido revolucionário, isto é, definiu-se pela
instituição do “Império Brasileiro”, uma vez que teríamos pela frente o governo
do Imperador D. Pedro I (1822/1831) como tempo necessário à uma nova ordem que se
seguiria, como realmente se deu.
O Brasil estava, após esse relembrar
superficial dos detalhes históricos, inserido ao contexto mundial das chamadas
nações livres e civilizadas.
**** Curiosidade: A música do Hino da Independência foi composta
na tarde do mesmo dia do “Grito” estando D. Pedro já em São Paulo. A letra é de
Evaristo Veiga. Num primeiro momento foi adotado como Hino Nacional. Quando D.
Pedro começa a perder a popularidade culminando na abdicação, o hino que era
fortemente ligado à sua pessoa, é desprestigiado e substituído pelo atual que
existia desde 1821. Após inúmeras modificações e adendos, é oficializado apenas
em 6 de setembro de 1922 às vésperas do Centenário da Independência pelo então
presidente Epitácio Pessoa.
Fonte:
Enciclopédia Brasileira Mérito vol. 3,5,8, 15, 17.
O impetuoso que o País precisava –
Ubiratan Brasil - O Estado de São Paulo – set. 2010.
Nota – Esta matéria
prossegue trazendo os aspectos espirituais que envolveram os atos.
Leda
Marques Bighetti – Setembro/2017
Estudo 2 – Aspectos Espirituais da Independência do
Brasil
A Independência do Brasil foi fruto de
intenso trabalho das hostes espirituais junto aos homens.
Nos últimos anos do século XIV, Jesus ao
fazer avaliação da situação do planeta, observa que o mundo político e social
estava mergulhado no egoísmo, orgulho, ingratidão, luta fraticida. Chama Helil,
encarregado dos problemas sociológicos da Terra e fala-lhe da tristeza com que
apreciava esse panorama. Helil explica que em meio a isso, os povos do Oriente
e Ocidente se aproximaram, que as lutas foram penosas, as descobertas
importantes o comércio se intensificou, fronteiras se expandiram.
“.... Em todos os tempos, completa o
Senhor, deve haver o amor e fraternidade universal. Infelizmente, não vejo
senão o caminho do sofrimento para modificar tão desoladora situação. Aos
feudos de agora, seguir-se-ão as coroas poderosas e, depois dessa concentração
de autoridade e de poder, serão os embates da ambição e a carnificina da inveja
e da felonia, pelo predomínio do mais forte”.
Helil dirigindo-se ao Senhor, diz, com brandura e
humildade:
“ Senhor, se esses povos infelizes, que
procuram na grandeza material uma felicidade impossível, marcham
irremediavelmente para os infortúnios coletivos, visitemos os continentes
ignorados, onde Espíritos jovens e simples aguardam as sementes da vida nova.
Nessas terras, para além dos oceanos, poderíeis instalar o pensamento cristão,
dentro das doutrinas do amor e da liberdade”.
Diz o texto que, analisando o
que seria mais tarde o continente americano, o Senhor abençoou as matas
virgens, as aves com seus cantares, flores, árvores, perfumes, mar, o oxigênio
agreste da selva bravia “...impregnando
tudo de força desconhecida. No solo, selvícolas humildes e simples, aguardando
uma era nova, com seu largo potencial de energia e bondade”.
Exclama então Jesus: “...Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore
do meu Evangelho de piedade e de amor. No seu solo dadivoso e fertilíssimo
todos os povos da Terra aprenderão a lei da fraternidade universal…Tu, Helil,
te corporificará na Terra no seio do povo mais pobre e mais trabalhador do Ocidente......
Daí a alguns anos, em 1394 Helil se
estabelecia na Terra como filho de D. João I e foi o heroico Infante D. Henrique
de Sagres, que renovou as energias portuguesas expandindo realizações para além
dos mares, já explicitado, sem que soubessem, o objetivo de descobrir as terras
da América.
Sucedem–se inúmeras situações, entretanto,
os planos da Escola de Sagres foram consolidados. Em 1498, Vasco da Gama
descobre o Caminho Marítimo para as Índias e todos os navegadores que saiam de
Lisboa recebiam instruções secretas para encontrar a terra desconhecida que se
localizava próxima à fronteira da África. No dia 7 de março de 1500 estava
preparada para zarpar a grande expedição de Cabral ao novo roteiro para as
Índias. Nas ideias do capitão, ele pensa em levar sua bandeira a terras novas, chegar
ao hemisfério sul. Isso cria ambiente necessário a que Henrique de Sagres, já
desencarnado, aproveite dos sinais mediúnicos de Cabral, povoando-lhe os sonhos
de pensamentos, imagens, que ele avalia como sobrenaturais. As caravelas, como
que cedendo ao impulso de orientação imperceptível, abandonam o Caminho das
Índias, e, após aflições de se sentirem perdidos, avistam as montanhas
elegantes das terras do Cruzeiro na qual aportam em breves horas.
Os tempos vindouros impulsionaram as
grandes potências europeias ao mar, o que trouxe para cá imigrantes das várias
regiões do mundo que colonizariam a nova terra. Dentro desse quadro reúnem-se:
os índios que eram os simples de coração: os degredados sedentos da justiça
divina e mais tarde viriam os negros como a expressão dos humildes para
contribuírem para formação da alma coletiva de um povo bem-aventurado por sua
mansidão e fraternidade.
A razão principal do interesse dos
portugueses era a possibilidade da descoberta de imensos tesouros em metais e
pedras preciosas.
Essa missão de expansão da terra foi
entregue a Fernão Dias Paes que antes de reencarnar, fora posto a par que a
procura do metal seria fator de desenvolvimento econômico e de povoamento do
solo, porque por onde passassem iriam se formar vilas que fomentariam a
pecuária e agricultura.
Contam os textos que Ismael, recebendo de
Jesus a missão de cuidar das terras do Cruzeiro, se aproxima de Jesus, e sem
alegria no coração, fala que achava difícil que seus desígnios prevalecessem
uma vez que a civilização que se iniciava estava contaminada pelos donatários,
latifundiários que, “...desejando
entregar-se ao prazer fictício dos sentidos, procura eximir-se dos trabalhos
pesados da agricultura alegando o pretexto dos climas impiedosos”, ...
buscam em Luanda, Guiné e Angola negros indefesos que chegam miseráveis,
desditosos tratados como se fossem animais bravios e selvagens.
Ismael não consegue continuar. Soluços
embargam-lhe a voz.
Jesus, abraçando-o pede-lhe que se asserene; que cada homem tem sua
responsabilidade pessoal e coletiva; que não podiam tolher-lhes a liberdade;
cada um se inseria na justiça divina e receberiam de conformidade com seus atos
até que percebessem “que a evolução se
processa pela prática do bem e que todo determinismo de Nosso Pai deve
assinalar-se pelo ‘amai o próximo como a vós mesmos’ ”.
Se à raça negra eram impostas dolorosas
torturas, as “entradas” pelo sertão incendiando tabas no silêncio da noite,
caçava índios também com o intuito de escravizar, iniciando represálias em
lutas devastadoras.
Jesus a tudo acompanhava em meio aos
Espíritos presentes, expõe seus objetivos, externa suas preocupações. Muitos se
oferecem como voluntários da grande causa e encontraremos José de Anchieta,
Manoel da Nóbrega, Diogo Jacome, Martim Afonso de Souza, Tomé de Souza Duarte
da Costa, entre muitos outros que no tempo próprio se deslocariam para este ou
aquele lugar tendo uma função definida e que o Alto estaria a acompanhá-los
inspirando, encorajando.
Os ideais da Revolução Francesa, as ideias
dos Iluministas influenciando a Independência dos Estados Unidos, repercutiam
pelo mundo influenciando também os brasileiros.
A capitania de Minas Gerais, maior centro
de riqueza da colônia, era a que mais sofria. Percebendo a gravidade do
momento, a necessidade da emancipação, iniciam-se os esboços da conspiração que
é sufocada com os detalhes a respeito de Tiradentes e seus companheiros de tão
tristes lembranças aos nossos corações.
Contam os textos que Tiradentes chegando
ao Plano Espiritual é cercado pelas falanges de Ismael que o envolvendo em
consolações, põe-no a par de que naqueles tempos e naquele dia, seus
posicionamentos libertaram–no das consequências de delitos cruéis praticados em
época que fora inquisidor.
“Redimiste
o passado obscuro e criminoso, com as lágrimas do teu sacrifício em favor da
Pátria do Evangelho de Jesus. Passarás a se um símbolo para a posteridade, com
o teu heroísmo resignado nos sofrimentos purificadores”. .....
Decorrerão inúmeras situações delicadas,
ocasionadas pela fraqueza, indecisões, paixões, impulsividade, desorganizações
que marcaram a vida de D. Pedro como homem, mas que nos momentos em que se
tornava receptivo as falanges de Ismael aproveitavam para fortalecer nele a
ideia da libertação de Portugal.
Os trabalhadores do Cristo se multiplicam
em todos os setores com o objetivo de conciliar, embora dentro da ideia
libertária, a que tudo se mantivesse em harmonia e paz sempre na finalidade
maior de preservar a unidade territorial do Brasil.
O Reino envia contínuas desautorizações,
imposições a D. Pedro, inclusive exigindo sua volta imediata.
Sem que ninguém esperasse, ousado como
era, pronuncia o conhecido como “Grito do Ipiranga“ ou “independência ou Morte”
sem suspeitar que estava sendo dócil instrumento do emissário invisível –
Tiradentes – que continuava a velar pela libertação e grandeza da Pátria.
Fonte: “Brasil Coração do
Mundo Pátria do Evangelho” – Xavier, F. C., Pelo Espírito Humberto de Campos
Leda
Marques Bighetti – Setembro/2017 |