Capítulo IV – III – Inteligência e Instinto – Questões 71 a 75ª

Capítulo I Deus                                     Q. 1 a 16

Capítulo II Elementos Gerais do Universo   Q. 17 a 36

Capítulo III Criação                                     Q. 37 a 59

Capítulo IV Princípio Vital                             Q. 60 a 75a

 

I Seres Orgânicos e Inorgânicos             Q. 60 a 67a

II A Vida e a Morte                                     Q. 68 s 70

III Inteligencia e Instinto                             Q. 71 a 75a

Retomamos analisando ou pensando sobre os “cuidados” que os animais dispensam a si, à prole, no sentido de prover alimentação, proteção, defesa etc., e aprendemos que, por não pensarem, por não terem pensamento contínuo, e sim, fragmentário, não elaboram possíveis acontecimentos em estágio de razão, planejamento etc. 

             

Pressentem sim o perigo real, porque têm aflorado o instinto de defesa e conservação: olfato, audição, visão, desenvolvidos em uns mais que em outros, segundo necessidades específicas, e que face aos registros incorporados, funcionam na hora precisa atendendo ao momento – há todo um trabalho instintivo, isto é, sem o saber dos porquês.

             

Se entre os próprios animais compararmos a diferença das reações, dá para fazer ideia das aquisições que eclodem no homem. Por exemplo: um inseto, uma rã, um peixe, uma galinha, uma tartaruga, um cão etc., demonstram que o instinto se desenvolveu na medida em que o sistema nervoso, que a matéria se aperfeiçoou, evidenciando essa progressão contínua à medida que se ascende na escala.

             

Há animais passíveis de serem domesticados, amansados; “civilizados”, sendo mais suscetíveis os mamíferos, por estarem ou constituírem o grupo mais aprimorado da escala animal, possível mesmo de, em alguns mamíferos se observar “uma certa inteligência” e o despertar da memória.

             

É, portanto, o instinto a mais baixa forma mediante a qual o princípio inteligente se manifesta.

             

Quando o animal procura determinados aspectos que o satisfaçam ou foge de outros sentindo-se ameaçado, está realizando atos instintivos a se traduzirem em ações reflexas das quais normalmente não têm consciência racional, mas que se adaptam maravilhosamente ao seu existir. Quando, ao menor ruído, a lebre foge assustada, realiza instintiva e inconscientemente o reflexo adaptado às suas necessidades de vida e que tem como objetivo a conservação da espécie.

             

Tais fatos demonstram em primeiro lugar sequência de ações físicas reflexas; depois, acrescem-se ou incorporam-se reações mentais correspondentes, nesse princípio, vagas, primitivas, estreitamente limitadas ao organismo e ao ambiente.

             

Em tese, ações e reações vão ser praticamente as mesmas, mais ou menos para uma ou outra espécie, resultado das operações que incessantemente repetidas, de alguma forma se “incrustam” ao ou no princípio inteligente através do perispírito.

             

Podemos dizer que a ação instintiva dos animais não tem finalidade?

             

Não podemos fazer tal afirmação; têm sim uma finalidade, mas, obedecem a automatismos e não a atos deliberados por uma vontade livre.

             

A ação visa, sobremodo, à conservação própria e à da espécie, exteriorizando-se com características peculiares, diversas, variadas, conforme necessidades e individualizações. Nos vegetais já existem em esboços também diferenciados, evidenciando-se mais fortemente nos animais e constituindo-se como bagagem no homem, porém, neste, o uso e as características terão outras nuances, uma vez que, como citamos anteriormente, entrará o uso da inteligência que deveria educar toda essa riqueza para um uso enobrecido.

 - “Revista Espírita” ano 1866 pag. 67-71 a 77; 

1861 – pag. 45 e 1868 pag. 166 – 1859 - pag. 80; 

“ - Evolução em Dois Mundos” cap 1; 

 - “Mecanismos da Mediunidade” cap III, ambos de André Luiz - “O Livro dos Médiuns” itens 75-77 e 98. Também no livro Educação Mediúnica – Teoria e Prática - vol 1 - Ribeirão Preto: BELE, 2005 de Leda Marques Bighetti