Segundo a Doutrina
Espírita, vivemos para desenvolver as potencialidades psíquicas das quais todos
somos dotados.
Existir aqui,
neste momento, no abençoado planeta Terra, tem por fim a transcendência, ou
seja, a constante superação da atual condição humana.
Desde o nascimento
até nossos últimos momentos passamos ou passaremos por experiências que têm
como finalidade desenvolver aptidões inatas em todos os sentidos.
Um recém-nascido
cresce dia a dia; desenvolve seu organismo; aprende a comunicar-se com os
outros, falar, raciocinar, querer, agir, descobrir meios para atingir o que
quer.
Nesse processo
natural, transcende a condição em que nasceu passando para fases superiores;
infância, adolescência, mocidade, madureza, velhice.
Ao fazer esse
trajeto, desenvolveu ou desenvolve forças orgânicas e psíquicas, afetividade,
capacidade de compreender o que se passa ao seu redor, descobre-se com aptidão
para interagir com o meio, dominar circunstâncias mudando-as segundo o modo de
ser daquele momento.
O que aconteceu
com nosso recém-nascido?
Ele transcendeu,
isto é, elevou-se acima da condição em que nasceu.
É para isso que
vivemos. O sentido da vida acena, evidencia, mostra a transcendência.
No Espiritismo,
como as existências são inúmeras e sucessivas, a cada novo nascimento ou
reencarne, usando o exemplo acima das fases da vida orgânica, material,
atingimos espiritualmente, um novo grau de transcendência que se armazenando no
inconsciente, se evidencia em lembranças,
aptidões, conhecimentos, aspirações, frustrações e traumas.
Se não
compreendermos que a vida nos trilhos da imortalidade é ininterrupta superação
crescimento, elevação, desenvolvimento constante como entender ou querer que o
ser espiritual que cada um é, encare com naturalidade o fantasma da obsessão
encontrando em si meio para resolver e superar?
É tempo de
crescer, deixar de buscar libertação em alguém, no Centro Espírita, na
mandinga, no escapulário, na figa ou outros quejandos para que se entendendo
nessa vida como transeunte, use todas as situações para superar-se dos
atavismos, desenvolver a potencialidade intrínseca e educando-se, isto é,
buscando aperfeiçoar integralmente as
faculdades humanas , não mais ofereça brechas para que ação de outras mentes se
insira perturbando em desequilíbrios.
Vivemos exatamente
para que entendendo a educação no seu real sentido, façamos dos detalhes que a
compõem, um aprendizado de vida, dirigindo, forjando e desenvolvendo um caráter
no qual o ser espiritual seja o condutor do homem físico diante das várias
oportunidades que o dia a dia vai oferecer como ensaio, exercícios para que
seja dono de si, não mais o choramingas coitado e carente a esperar que façam
por si o trabalho que lhe compete.
Leda Marques Bighetti – Novembro/2016 |