Estudamos que é ele mediador plástico que participa da natureza do
corpo físico e da natureza do Espírito. Dada sua ampla fisiologia propiciada por essa dupla natureza, os
desarranjos que porventura nele ocorram podem perturbar tanto o progresso do
Espírito como a instrumentalidade do corpo físico.
Poderíamos, para ficar mais claro, lembrar que numa primeira direção –
do corpo físico ao períspirito: todas as injúrias causadas ao corpo se refletem
no períspirito, logo, os valores que se insculpem no corpo físico como – saúde,
força integridade, vitalidade, robustez, proporcionalidade, harmonia, também se
estampam no períspirito, de alguma forma educando-o, aperfeiçoando-o.
Numa segunda direção, do Espírito ao períspirito, o envoltório
fluídico acompanha a evolução do Espírito, cujo progresso moral nele se reflete
desmaterializando-o gradualmente, purificando-o dos elementos grosseiros que
possa conter.
Interessante é que essas reflexões têm fundamentos doutrinários que
muitas vezes não percebemos. Vejamos:
“... os mais secretos movimentos
da alma repercutem no invólucro fluídico”. ( O.P.115)
“O envoltório perispirítico de
um Espírito se manifesta com o progresso moral que este realiza em cada encarnação,
embora ele encarne no mesmo meio” (GE XIV, 10 §4)
“Conforme seja mais ou menos
depurado o Espírito, seu períspirito se formará das partes mais puras ou mais
grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde ele se encarna”. (GE XIV,
10,§2)
“Por meio do desenvolvimento
moral, alarga-se o círculo das ideias e da concepção; por efeito da
desmaterialização gradual do
períspirito, este se purifica dos elementos grosseiros que lhe alteravam a
delicadeza das percepções, o que torna mais fácil compreender-se que a
ampliação de todas as faculdades acompanha o progresso do Espírito”. (GE
XVI, 9,§2) Grifos mantidos.
“Trata-se apenas de purificar essa fonte
(o períspirito) e de lhe dar qualidades tais que se constitua para as más
influências, um repulsor, em vez de ser uma força atrativa. O períspirito,
portanto, é uma couraça à que se deve dar a melhor têmpera possível. Ora, como
as suas qualidades guardam relação com a alma, importa se trabalhe para
melhorá-la, pois que são as imperfeições da alma que atraem os Espíritos maus”. (Grifos mantidos. GE. XIV, 21, §3).
Pelos raciocínios contidos, percebe-se que a linha de desenvolvimento
da Educação confunde-se com a própria
linha da evolução espiritual.
O Espírito Puro, termo final da evolução e fim supremo da Educação
representa o máximo de sensibilidade. Exterioriza-se todo em carinho no auxilio
a Espíritos subalternos; assistência aos homens em suas aflições, empenho no
chamamento ao bem, à expiação de faltas, a dedicação no trabalho do
aperfeiçoamento dos Espíritos que lhe são inferiores e tantos outros detalhes
de doação, constituem efeitos diretos da apuradíssima sensibilidade a que chega
o Espírito em sua extensa jornada, sem dúvida, sofrida porém gloriosa.
As reflexões mostram estarmos inseridos num processo pedagógico
pedindo integração incorporando, formando conjunto harmônico, capaz de
desenvolver sensibilidade em cotas abençoadas de amor ao próximo. Seja qual for
o modo, a forma como se apresente, é o caminho, o meio, o exercício prático que
precisamos desenvolver burilando os entraves que ainda nos caracterizam.
Leda Marques Bighetti – Setembro/2016 |