Releitura de títulos desenvolvidos pelo Espírito Vianna de
Carvalho em 1983 em “À Luz do Espiritismo” na psicografia de Divaldo Pereira
Franco. Títulos mantidos em abordagens livres.
Fenômeno
Em
“O Livro dos Médiuns”, capítulo II, item 17 consta:
“Algumas
pessoas contestam os fenômenos espíritas precisamente porque tais fenômenos
lhes parecem estar fora da lei comum e porque não logram achar-lhes qualquer
explicação. Dai-lhes uma base racional e a dúvida desaparecerá. A explicação,
neste século em que ninguém se contenta com palavras, constitui, pois, poderoso
motivo de convicção. Daí o vermos, todos os dias, pessoa, que nenhum fato
testemunharam, que não observaram uma mesa agitar-se, ou um médium escrever, se
tornarem tão convencidas quanto nós, unicamente porque leram e compreenderam.
Se houvéssemos de somente acreditar no que vemos com os nossos olhos, a bem
pouco se reduziriam nossas convicções”.
Quem só acredita no que vê, realiza limitadas aquisições
dadas à facilidade com a qual nossos olhos se enganam.
Segundo Saint- Exupéry em “O Pequeno Príncipe”,... “Só se vê bem com o coração. O essencial é
invisível aos olhos. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves
esquecer”.
Newton concluindo sobre a ação da lei de gravidade; Pasteur
e os microrganismos; Grassi e Masson identificando o papel de determinado
mosquito na transmissão da malária, alguns entre inúmeros outros que não se
detiveram no estabelecido.
Antes deles, Ptolomeu, Halley, Laplace, sondando espaços,
descobrindo astros “escondidos” em meio ao óbvio.
E muito, muito antes destes, místicos antigos se
relacionando com “entidades”, Espíritos que sempre existiram.
Nesse sentido, a Doutrina Espírita não apresenta qualquer
novidade. Reaviva concepções esquecidas e renova conceitos em torno da
imortalidade da alma. Primeiramente, porém convida o Homem ao estudo metódico e
racional começando por questionar se é capaz de se entender como um Espírito,
aceitando a existência de Espíritos como individualidades sobreviventes ao
corpo físico.
Sem esse detalhe primordial, inútil qualquer tentativa para
“provar” a comunicabilidade dos “mortos” que continuam a viver ou vê-los
materializados. Caso isso acontecesse, passado o impacto, acreditar-se-iam
saídos de estados alucinatórios da mente fantasiosa.
Nesse sentido, o fenômeno mais eloquente do Espiritismo é o
próprio Espiritismo que na sua filosofia desperta para as consequências morais
nascidas dos atos de cada um oferecendo explicações para fatos considerados
miraculosos, sobrenaturais, fantásticos. Abre horizontes à investigação
psicológica, promove o ressurgimento do Cristianismo como celeiro de luz, campo
de trabalho e escola de bênçãos.
“No
Espiritismo, a questão dos Espíritos é secundária e consecutiva; não constitui
o ponto de partida. Este precisamente o erro em que caem muitos adeptos e que,
amiúde, os leva a insucesso com certas pessoas. Não sendo os Espíritos senão a
alma dos homens, o verdadeiro ponto de partida é a existência da alma. Ora,
como pode o materialista admitir que, fora do mundo material, vivam seres,
estando crente de que, em si próprio tudo é matéria? Como pode crer que,
exteriormente à sua pessoa, há Espíritos, quando não acredita ter um dentro de
si? Será inútil acumular-lhe diante dos olhos as provas mais palpáveis.
Contestá-las-á todas porque não admite o princípio.” (O L.
Dos M. cap. III, 19).
Recordar que há dois mil anos Jesus esteve conosco. Apesar
do testemunho da História, não faltam os que negam essa realidade. Seu exemplo,
porém, permanece sublime, retratado no Evangelho que vence o tempo e os homens,
oferecendo ao mundo seu legado de amor.
O fenômeno mediúnico é enriquecimento da experiência
auxiliado pela educação moral que é base de todo aprendizado, lembrando,
conforme ensina a Codificação, que os Espíritos elevados se ligam de
preferência aos que procuram elevar-se.
Leda Marques Bighetti – Janeiro/2016 |