Releitura de títulos desenvolvidos pelo Espírito Vianna de
Carvalho em 1983 em “À Luz do Espiritismo” na psicografia de Divaldo Pereira
Franco. Títulos mantidos em abordagens livres.
Tarefa
do Espiritismo
Caso nos detenhamos frente ao exame da sociedade como um
todo, não há como negar, a força avassaladora do progresso. Especialmente na
ciência técnica, direito, razão, pensamento, instituições, indústrias,
laboratórios, hospitais, universidades, enfim, todos os campos, nesta ou
naquela proporção foram tocados por mudanças que, em progressão, causaram
alterações em tudo e em todos.
O observador sensato e imparcial, entretanto, não negará que
ao lado dessa força há ou cresce o fenômeno da indiferença que sofrem os
chamados “marginais” e os “socialmente necessitados”.
O domínio do dinheiro, o sexo pelo sexo, a compra e venda de
jovens no tráfico de pessoas, fome, crimes inconcebíveis, consumo das drogas,
medo levando ao temor de sair às ruas, mil detalhes inquietam um Homem que fica
a aguardar mudanças de fora através de decretos e ordens.
Quando, entretanto, nos defrontamos com o convite evangélico
doutrinário espírita, começa-se a sentir que cabe a cada cristão, o honroso
trabalho de identificar em si ação correta e digna que o Evangelho de Jesus
desperta, tornando-se vanguardeiro de um mundo estável, não medindo para isso
esforços e sacrifícios.
Simão Bolívar, o libertador de um povo, dele fez-se escravo
para preservar-lhes a liberdade.
Alberto Schweitzer, para cuidar de corpos e almas no Congo
Belga, fez-se súdito de seus doentes.
Atualmente, é vivo em nossa memória o desempenho de alguém
que se permite ficar preso por vinte e sete anos acreditando no ideal de ver
seu povo conviver sem a discriminação entre brancos na opressão aos negros, no
domínio injusto do poder econômico racista e escravocrata.
Jesus, ensinando a libertação pelo amor através de seu
Evangelho tornou-se, digamos assim, o primeiro servo sem cansaço ou queixa.
Desse modo, o espirita tem que ter olhos fixos no ideal,
erigir-se em fortaleza moral e ser luz onde e com quem esteja, mesmo quando a
dor, a injustiça e o desmando zombam.
“Movimentemo-nos resolutamente na construção do mundo moral,
base angular da vida inteligente na Terra, e felicitemo-nos pela honra da convicção que nos felicita.”
Entendamos a liberdade do Espírito como um rio caudaloso que
espalha por onde corre e passa, riqueza ou opressão, alento ou desânimo, olhos
voltados para os tempos melhores que inevitavelmente chegarão ou sem deter-se nas
águas revoltas da transição.
Ensinaram os Espíritos na Codificação que temos liberdade
total para sentir e pensar.
Que o espírita a use realizando, fazendo, construindo, sendo
irmão de todos e para todos de olhos fitos no futuro, se entregando ao
presente, mantendo-se leal à consciência
reta uma vez que se a Doutrina Espírita está em nossas vidas certamente
aguarda nossa ação evangelizada em
Jesus.
Leda Marques Bighetti – Outubro/2015 |