Como
defini-la?
É estado
psíquico que permite ao ser humano demonstrar sentimentos e emoções a outros
seres e objetos.
Pode ser
considerada como laço criado entre os seres. Não exige e necessariamente não
tem características sexuais. Exterioriza-se em estima, entendimento amizade
aprofundada.
É definida
ainda, como conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de
emoções, sentimentos acompanhados da sensação de plenitude. O termo também é
usado para referenciar a vida afetiva em geral, sendo, porém, integrado à vida
psíquica, uma vez que expressões, reações, não podem ser compreendidas se não
forem considerados os afetos que as acompanham.
Em contato com
o meio físico e social recebe-se os estímulos através dos sentidos que chegam
ao mundo interno, recebendo aí significados: gosto, não gosto, é-me prazeroso,
alegra ou entristece-me ...
Nesse enfoque,
nota-se que dois afetos básicos estruturam a afetividade – amor e ódio – que
juntos podem acompanhar e dar qualidade a sentimentos, pensamentos ações e
expressões. A exteriorização se dará via emoções, isto é, reações intensas
acompanhadas de reações no organismo, que se expande, se acautela, fica atento
ou confia e se distende. Essa, portanto, é característica da emoção:
instantânea, imediata, passageira.
Afetividade
não vive ou não estagia nesses momentos; é exteriorização de sentimento
duradouro, mantido, conservado, além do tempo, do espaço físico, da distância.
Um exemplo muito citado para referenciar afetividade nesse sentido atemporal é
a relação íntima de uma mãe com seus filhos – é natural, plena, independe de
tempo, lugar, momento, condição. Flui... é.
Depreende-se
que no caminhar evolutivo do sentimento, afetividade é a excelência do amor –
incondicional, imparcial, crescente, abrangente.
Como educar-se
o homem, nessa abrangência?
É subjacente,
inerente ao Espírito – todos possuem e dirigem afeição, preferências até amor,
direcionados a isto ou aquilo. Na caminhada evolutiva, conforme amadurece
espiritualmente, a sensibilidade vai se ampliando e se tornando aberto ao
incondicional. A partir de então, a afetividade flui; o ser torna-se
conscientemente ou não, doador – onde quer se esteja, exterioriza de si
energias que pacificam, acalmam, alegram.
Naturalmente,
esses detalhes constam como resultantes do ser que se trabalhou no sentido de
ser harmônico consigo, da dinamização do seu potencial perfectível, que o leva
a aceitar que todos tenham ou vivam com conteúdo psicologicamente diferentes
dos seus. Sua afetividade – agora amor – amplia amizades na emissão de energias
que alimentam, fortalecem, semeiam paz.
Haveria alguma
forma de treino para que a ação afetiva se tornasse natural no ser?
Com certeza
nasce no despertamento do indivíduo em querer dinamizar esse potencial que, a
princípio, requer treinamento, pois ainda é algo que não lhe é espontâneo.
Como
despertará?
Através de
detalhes, como por exemplo: encontrando uma pessoa desagradável – a reação
instantânea seria o afastamento, a rejeição. Um exercício de treino afetivo
enviaria vibrações de simpatia, acolhimento. O noticiário exibe um facínora – a
postura afetiva, antes ou sem condenar identificará um Espírito tal qual cada
um, detido em patamar degradante, mas em quem um dia a luz se fará. Note-se que
esta postura, não se trata de desconhecer atitudes menos elegantes e ver tudo
com lentes róseas. Não e até pelo contrário: é exatamente por entender que há
por detrás de cada exteriorização fatores desconhecidos, que o olhar afetivo
não se detém em anatematizar e sim, vai adiante acolhendo. Isso também não
significa que está apoiando o ato falho.
Nesse treino,
as oportunidades para exercícios se apresentam de forma intensa: é o catador de
papel na frente do carro impedindo ou dificultando o trânsito; o alcoólatra; o
político desonesto; o arrogante; a jovem que estagia no prostíbulo, vários
dramas e tragédias humanas, que a postura sensível levaria que se percebesse
fatos motivadores, nos quais aqueles seres, vítimas antes de mais nada de si
mesmos, não encontraram quem os motivasse, quem lhes desse alguma forma de
atenção, além da costumeira rejeição.
Ao perceber a
quantidade de implicações passíveis de compor fatos, a forma de ver e agir,
altera o mundo íntimo. Aos poucos nesse respeito pelo momento do outro, passa a
sentir respeito, afetividade e pelos vários caminhos que percorra, vai se
habituando a ser como a água de uma fonte que corre tranquila umedecendo a
terra sem pedir nada em troca.
O modelo para
esse caminhar será sempre Jesus que, em sua estada no Planeta, viveu o amor em
plenitude, na afetividade sem barreiras apontando pelo seu modo de ser os
caminhos para o Pai.
Leda Marques Bighetti
– agosto/2025
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