“Não há uma
única imperfeição da alma que não importe em funestas e inevitáveis
consequências, como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de gozo”. O
Céu e o Inferno”, 1º p. cap. VII – 3º.
O Espírito,
quer no mundo corporal ou no espiritual, sofre as consequências de suas
imperfeições. Misérias e adversidades padecidas na vida corpórea são oriundas
das decisões menos felizes; expiações de faltas cometidas no presente ou
precedentes reencarnes.
Pela natureza
dessas dores, pode-se imaginar a natureza que as originou.
Em síntese,
expiação e provas constituem-se como tribulações que formam o contexto da
existência de dada um. Encarnado serão as situações corpóreas com que
conviverá; na vida espiritual, pelas dores morais decorrentes do seu estado de
inferioridade.
As duas
palavras totalmente diversas no significado, podem, entretanto, acontecer para
o Espírito, na sequência existencial das duas fases.
Desse modo,
expiação apareceria como pena imposta para resgate de faltas complexas, com
perfeito conhecimento e aquiescência por parte do punido, da falta, infração,
crime que lhe cabe expiar. Nesse sentido, ela é imposta e implica ideia de
castigo.
Prova
necessariamente não implica reparação. Pode não ser consequência rigorosa de
faltas cometidas, podendo ser voluntárias ou impostas.
Recorde-se o
aluno que busca graduação – submete-se a uma prova que lhe testa a
qualificação. Se falhar, terá que recomeçar, rever toda matéria, repetir
experiências, trabalho que se transformou por sua inépcia, negligência,
desinteresse, em punição. Esse segundo recomeço mescla em prova e expiação
Esses
raciocínios levam a que, antes de se atribuir as dores com que se defronta no
transcorrer dos dias a Deus, procurar, admitir-se como o gerador das causas.
Em
resumo: praticamente, as ocorrências da
vida física têm mais particularmente a conotação de provas; testam o indivíduo
visando aferir-lhe o grau espiritual em que estagia. Podem implicitar castigos
que também terão a conotação de aferimento.
As misérias do
existir poderiam ser encaradas como expiação, por seu lado efetivo e material,
e que, queira-se ou não, também servem de provas.
Não importa;
sob qual aspecto a dor se apresente o objetivo é único: o melhoramento do ser
como Espírito imortal que é.
Leda Marques Bighetti – Janeiro/2025 |