Desenvolvem a caminhada evolutiva a partir do estado de natureza ou estado primitivo, ponto de partida do desenvolvimento intelectual e moral.

     Sendo perfectível, isto é, trazendo inserido em si a capacidade de aperfeiçoar, aprimorar-se, impulsionado por essa dinâmica energética, a inteligência se aflora, as experiências ensinam; gradativamente o estado inicial se altera; em se mergulhando nos impulsos do meio adentra ao campo da civilização e do progresso. Tais “detalhes” acontecem de forma inconsciente, uma vez que, por ser-lhe imanente a perfectibilidade, ela funciona como aspiração, energia íntima impulsionadora que direciona automaticamente a “destinos” cada vez mais elevados em marcha sempre, sempre para frente, que, embora possa ser lenta, será ininterrupta, progressiva.

     De forma menos filosófica, progredirão pela forma como se relacionam, como agem frente às circunstâncias com que se defrontam, como um operário se aperfeiçoa na sua arte pelos trabalhos que faz, provas essas e afazeres que variam conforme a posição social. É por isso que, alternativamente podem, em tese, nascer rico, pobre, senhor, operário, intelectual, homem, mulher ...

     Esse ‘detalhe” fundamenta a Lei de Igualdade; evidencia a importância do desenvolvimento das qualidades psíquicas que inerentes às polaridades do ser os fundamenta no todo.

     Assim como cada experiência traz detalhes específicos, próprios, por exemplo, a característica masculina seria a capacidade de enfrentamento, ousadia, liderança, destemor, energia em grau intenso. Amor, acolhimento, compreensão, doçura, sensibilidade, características nas mulheres.

     As duas polaridades plenamente desenvolvidas no todo, levariam à sabedoria, isto é, fundir-se-iam em conhecimento, inteligência, entendimento, compreensão, prudência, reflexão, dinamismo, bom senso, ponderação, critério, retidão rumo a fim altruísta, transcendente.

     Questiona-se: sendo o objetivo, os processos idênticos, por que, em tese o sexo feminino se apresenta com aparência mais frágil?

      Exatamente porque os deveres são diferentes e igualmente importantes na ordem das coisas. Sofrendo a influência do organismo, seus pendores se modificam conforme se apresentem as circunstâncias.

     Um Espírito, percorrendo série de aprendizados neste ou naquele sexo, conservaria no estado de Espírito, caráter ou aparência cuja marca lhe tenha ficado impressa?

     Tudo será sempre relativo. A influência da matéria só se desfaz totalmente depois de um certo grau de adiantamento e desmaterialização; a influência da matéria deve se desfazer completamente para que o caráter da diferenciação sexual se apague.

     Concluindo: diferenças só no campo material. Quanto ao ser existencial, imortal, não há criação de duas espécies de almas. Tendo todos o mesmo princípio, finalidades, meios, opções, escancara-se totalmente a lei de igualdade que só é alterada pelas escolhas de cada um.

     Os raciocínios trazidos pela Doutrina Espírita fundam-se nas leis da Natureza, abrindo campo não só à igualdade como também ao respeito e à fraternidade.

Leda Marques Bighetti – maio/2024