Mediunidade é faculdade capaz de produzir,
de exercer o fenômeno de atração magnética entre mentes de vivos e mortos.
Apresenta infinidade de nuanças em ação
que não é privilégio de ninguém, pois, “...todo aquele que sente em um grau
qualquer à influência dos Espíritos, é por esse fato médium”. O Livro dos Médiuns 159.
Seja qual for o grau que a faculdade se apresenta, desde a
simples influenciação até a produção de fatos insólitos, o homem é considerado
médium.
O uso corrente deu acepção restrita;
aplica o termo geralmente àqueles em que a sensibilidade perispiritual mais
exacerbada se distende a ponto de captar o campo sensível do morto, seja para
produzir fenômenos físicos, como transmitir pensamentos pela palavra, escrita,
desenhos etc. No caso, usual é dizer que
essa pessoa exerce o mediunato.
Como não é privilégio, pode-se encontrá-la
em criaturas cuja moral é insuficiente e que farão uso indevido dela; outras há
que a colocam a bem do próximo, enquanto outras pouco percebem.
Mediunato não designa mérito e sim
compromisso aceito antes do reencarne. Há preparação perispiritual para sua
finalidade expansiva. Se vai se constituir como mérito ou comprometimento, será
decorrência do uso que o médium fará.
Para isso ter claro de que entre os
Espíritos há todos os graus de bons e maus elementos, saber, ignorância.
Acotovelam-se em meio aos homens de modo que cada um continuadamente está em
meio a verdadeira nuvem deles. Uns, observam com indiferença, outros, em função
de algum objetivo, seja ele bom ou escuso; outros com intenções mais ou menos
benevolentes, conforme, enfim, a natureza e os objetivos dos quais esteja
envolvido.
A permanência, influenciação,
persistência, dependerão da similitude ou divergência dos sentimentos,
pensamentos e ações – estas serão as causas de atrações e repulsões. Não são,
de modo algum, seres passivos: formam massa essencialmente inquieta que tem,
cada qual, objetivos; sentem, pensam e agem sem cessar.
Quando um Espírito, encontrando brecha,
consegue passar, por exemplo, um convite a algo indevido, sabe muito bem a quem
se dirige, como deve fazer, qual o ponto fraco a ser acionado: excitam conforme
as inclinações disponíveis.
Daí a importância do conhecer sólido,
firme.
Essas considerações, que importantes para
todos, mais intensa se faz aos médiuns de mediunato, principalmente se
inexperientes ou pouco atentos. Não percebem que se imiscuem na vida privada
com ideias de que isto ou aquilo está acontecendo ou acontecerá porque o
acompanham Espíritos que, por exemplo, se exteriorizarão na sessão. Afirmam se
justificando “Passei mal o dia todo porque hoje participarei de sessão
mediúnica”. Cuidado!
Se o médium se descura desses cuidados
consigo, Bons Espíritos se afastam. Não escolherão para transmitir e
intermediar situações sérias, os encarnados levianos, descompromissados com a
responsabilidade que a função exige.
Bom médium, portanto, será aquele que sustente
campo mental em contínuos esforços para mantê-lo elevado, com boa vontade,
perseverança, moralidade, detalhes imprescindíveis para as ligações com os
planos maiores.
Leda Marques Bighetti – Janeiro/2024
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