É termo derivado do árabe e significa consagrar.
Teria, por isso, propriedades mágicas com a função de evitar o mal e
atrair a boa sorte. Existem desde sempre, impressionantemente usados pelas
religiões pagãs. Continua em moda, hoje, em nossos tempos. Analise-se quando
chega o final do ano; quando alguém vai se casar, as cores com que deve a noiva
ter consigo; ao buscar um emprego o que lhe dará sorte; o alho no bolso para
afastar inveja, a espada de São Jorge, o sal grosso, enfim...
A confecção e o material são diversos e usados desde uma pedrinha,
couro, ossos, plantas, metais, madeira, usados como adorno, colocados na
carteira, bolsas. Normalmente trazem riscos, sinais, círculos entrelaçados,
triângulos, palavras ininteligíveis, sinais cabalísticos.
Essa forma ininteligível tem como objetivo impor-se ao Homem que é
inclinado ao sobrenatural, ao mágico.
Dessa realidade surge a questão:
talismãs têm o poder de atrair Espíritos?
Na realidade objetos materiais nenhum poder exerce sobre Espíritos
melhores, superiores. O que os atrai são os objetivos elevados do ser.
Inferiores até podem sim se interessar e se tornarem convivência habitual que
sem dúvida caminhará para consequências nefastas da dependência que se
estabelece, uma vez que não fazem nada a troco de nada.
Mas, há quem diga: quando vou fazer algo, estando inseguro, uso
determinado objeto e “tenho sorte”. As coisas dão certo.
Na realidade não é o objeto. O pensamento é que estando confiante
exteriorizou-se em segurança, centrando-se no sucesso.
Frise-se: nenhum objeto material pode ter qualquer virtude tanto para
provocar benesses, como males e azares.
Em toda Codificação, os Espíritos ensinam a inoperância do emprego de
signos e formas cabalísticas, informando que os que as empregam e usam revelam
a própria inferioridade, mesmo quando agem em boa fé, por ignorância ou quando
se divertem como espíritos zombeteiros que são.
Um encarnado pode dizer – traçarei tais sinais; direi tais palavras;
farei certos gestos e quando os fizer estarei chamando tal Espírito. Isso
funciona?
Recorde-se que neste caso estão implícitas a evocação e o sinal usado
são expressão de um pensamento que projeta força, tem endereço determinado e
poderá atrair esta ou aquela mente interessada no assunto e na recompensa que
terá.
Espíritos superiores jamais usam, empregam ou atendem. Os inferiores
sabem ser esse meio excelente, mesmo que não haja pagamento, para fascinar a
imaginação. A dependência que se estabelece é-lhes a maior paga.
“Deve acreditar-se na influência oculta de certos objetos, como joias
etc., que parecem acompanhados de uma atuação infeliz e fatal?
Os objetos, mormente os de uso pessoal, têm sua história viva e, por
vezes, podem constituir o ponto de atenção de Espíritos perturbados, de seus antigos
possuidores no mundo; razão por que parecem tocados, por vezes, de singulares
influências ocultas, porém, nosso esforço deve ser o da libertação espiritual,
sendo indispensável lutar contra os fetiches, para considerar tão-somente os
valores morais do homem na sua jornada para o Perfeito”. (“O Consolador, q 113)
Leda Marques Bighetti – Maio/2023
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