“Digo-vos ainda que se dois de vós na
terra se unirem entre si, seja qual for a coisa que eles pedirem, meu Pai que
está no céu lhes dará, porque onde se acham dois ou três congregados em meu
nome, aí Eu estou no meio deles”.
Que utilidade ou reações estariam
implícitas nessas palavras de Jesus?
Está Ele a falar do resultado produzido
pela comunhão dos pensamentos. E como entender essa expressão?
Quer ela dizer união de pensamentos
comuns, unidade de intenções, vontade única, desejo, aspiração em torno de foco
único.
Para entender como funciona, como o efeito
se dá, necessário se faz conhecer que pensamento, exteriorizando os anseios dos
sentimentos, exterioriza a força deles com propriedades e movimentando ação de
elementos que constituem a essência espiritual do ser.
Alia-se a ele, a vontade que lhe imprime
determinado grau de energia, tornando-o força motriz que age sobre os elementos
fluídicos, nos quais tudo está inserido ou para o meio para o qual
especificamente está sendo direcionado.
Uma assembleia, uma reunião, é um foco no
qual se irradiam pensamentos diversos. Se, entretanto, ela for homogênea,
simpática, com as energias dirigidas a um só objetivo, o primeiro efeito dela
será sobre os integrantes que adquirem forças morais novas.
Junta-se o poder que essa dinâmica
individual adquire no conjunto e que se transforma em força ativa,
multiplicada, intensificada pelas vontades e disponibilidade idênticas.
Estabelecido esse ponto, no entender
científico espírita, baseado na ação de leis físicas, a ação que antes seria
individual, passa a ter características, qualidades, intensidade, abrangência e
efeitos impossíveis à mente humana de acompanhar-lhe as projeções.
Iniciadas em nome de Jesus, atraem os Bons
Espíritos, que com suas possibilidades e conhecimento amplo das necessidades
ali apresentadas, buscam esses alvos sem encontrar correntes contrárias, ou
caso as encontrem, utilizando as forças que as impulsionam no nascedouro,
protegem-nas de influenciações contrárias.
Por essa ação, portanto, os integrantes
desses grupos reciprocamente se assistem, estreitam relações com o mundo
visível e invisível, estabelecendo a solidariedade que é a base para a
fraternidade.
Isso acontece só nas reuniões espíritas?
Todas as assembleias religiosas, seja qual
for o pensamento religioso que as norteia, aí se exercerá essa força, uma vez
que o que as move é o pensamento comum, no caso específico dessa matéria, o
desprendimento dos apegos materiais e o bem maior que possam proporcionar.
“Reunidos em meu nome” quer dizer – com um
pensamento comum. Não se pode estar reunido em nome de Jesus sem a caridade das
ações do amor buscando outros.
Daí a utilidade da assembleia, das
reuniões religiosas que têm como essência, exatamente a comunhão dos
pensamentos, levando o homem a perceber que a harmonia do seu mundo íntimo pode
formar uma orquestra de bênçãos, na qual cada um produz a sua nota na escala
infinita do amor.
Leda Marques Bighetti – Maio/2022
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