Indivíduos que se deixam envolver em
problemas e comumente trazem à mente conflitos acontecidos no lar, no campo
profissional, são inclusive pessimistas, desarmônicos, irritadiços, instalam em
si ou põem em ação verdadeira usina deletéria que disferindo vibrações de
desajuste, destrói reservas físicas, permitindo a instalação de virulências que
enfraquecem o organismo físico.
Some-se que esse estado mental, abre a
oportunistas e adversários desencarnados espaços que, a cada cessão, mais e
mais se imantam subjugando, vampirizando forças.
Esse campo não se escancara abruptamente;
constitui-se do somatório de detalhes, em que, praticamente sem que se perceba,
associam-se manias, impaciências, mágoas, antipatias, mau-humor, implicâncias,
enfim, rosário de exteriorizações aparentemente inofensivas, mas que pela
constância, repetição, formam hábito, como que, uma segunda natureza.
Nesse processo, o encarnado torna-se
campo atrativo e presa fácil para aproximações inferiores de encarnados e
principalmente de desencarnados.
No contato mantido com os segundos, no
transcorrer do tempo, variadas alienações obsessivas se destacam através dos
comportamentos, opiniões diferentes, forma de se portar desconectada com a
realidade.
Que procedimentos impediriam tal
acoplamento?
Recorde-se que o momento descrito
aconteceu geralmente naquele ou com aquele que não tem ou se descura da
observância espiritual, atitudes sadias, comportamento equilibrado, prece,
reflexão. Vimos que não se esforça por resolver, libertar-se dos
aborrecimentos; aliás, cultiva-os, aprofundando, mantendo-os vivos, acrescendo
sentimentos ao fato original. Ainda, sentindo-se vítima, acomoda-se à
dependência emotiva, transferindo responsabilidade. Frágil, voluntarioso, a
mente é fluxo constante de imagens perturbadoras, recordações prejudiciais.
Destaca-se, em toda essa mesclagem de
sentimentos, emoções, a necessidade de uma premissa espiritual que oferecendo
um ideal transcendente ajudaria a, em se conhecendo, buscar no discernimento, o
equilíbrio.
Só a vontade disciplinada, a formação de
hábitos equilibrados, liberam a mente dos clichês viciosos, sejam eles pessoais
ou emanados de outras mentes.
Ampliar ideais, renová-los, descobrir que
é possível aprimorar-se começando pelas construções mentais que enriquecem em
paz íntima.
Tudo é começo; nesse momento qualquer
mudança parece impossível. Persistindo, com o transcorrer dos dias, a mente vai
se educando; seletiva, escolhe valores que impulsionam para as aspirações
elevadas. Atinge o ponto de, conscientemente não mais se permitir cultivar seja
o que for que traga o risco de torná-lo desarmônico.
Poder-se-ia chamar esses cuidados ou
despertamento de medidas preventivas para que o equilíbrio ético, psíquico,
físico não se apresente em descompasso.
Caso cuidados básicos sejam
desconsiderados, sem dúvida, o caminhar apresentará comprometimentos em
situações enfermas, perturbadoras.
Sobrepondo-se, entretanto, a qualquer
providência, o ser descobrirá que a melhor forma de se preservar em equilíbrio
é oferecendo o melhor de si para que outros fiquem bem; é ajudar, englobar em
todos os pensares e ações, o próximo, alternativa cujo principal resultado é a
auto superação, que levou, sem que se percebesse, a aprender como transformar
dor em bênção, mágoa em esperanças, e conflitos íntimos em construções de paz.
Leda Marques Bighetti –
Janeiro/2021 |