Obsessão e Suicídio – Parte 1

  De modo geral, desaba sobre a criatura humana alta carga de compromissos materiais, sociais, afetivos, normalmente agravados pelo materialismo, negação de fatores éticos, prazer a qualquer preço, imediatismo no resolver questões que necessitariam de mais tempo para bem desenvolvê-las.

     À essa falta de tempo, necessário e importante, somam-se detalhes que facultam instalação de paixões, que se exteriorizam por meio de revoltas, desajustes, violências no trato. Não havendo despertamento ou a coragem das superações, vale qualquer gozo no qual o egoísmo domina.

      Quando no Ser diminuam ou faltem recursos para manutenção de um mundo íntimo em equilíbrio, é possível que se opte por “soluções” inferiores, criminosas, aumentando e aprofundando-se em práticas menos felizes, que no tempo, se tornam habituais. A constância nessa forma de sentir e pensar mantém-no alienado, assediado por ideias neuróticas, repetitivas, ansioso e aflito.

     Esse homem desarmado de recursos otimistas, sem hábitos reflexivos, despertamento ou aprofundamento no bem, hábito da prece na qual encontraria sustentação frente a testemunhos morais ou situações inusitadas, totalmente despreparado, não vislumbra possibilidade de reversão. Sem esperança, não vê alternativa senão mergulhar a consciência nas turvas águas do suicídio.

      Excitado, em profunda depressão, com a ideia insinuante, presente, a decisão se faz de um salto: a solução é evadir-se de tudo, de todos e principalmente de si mesmo.

      Essas frustrações que encaminharam para essa forma de pensar foram causadas estritamente pelos fatores atuais?

      A Doutrina leva a que se reflita que vidas passadas malogradas em suas inúmeras peripécias, instalam raízes que um dia no tempo se farão presentes e se refletirão como desejos, aspirações, quase sempre distantes ou não fazendo parte do seu mundo habitual de ser.

      Quando isso ocorre ou ocorrer, o homem atento descobre nesses detalhes que delicadamente se insinuam, sinais importantes, requerendo atenção e mudança de padrão mental, principalmente procurando conversar a respeito, ouvir, refletir, voltar-se para ações nobres que levariam pelo esforço consciente, às superações que se fazem necessárias.

      Os raciocínios ativeram-se ao suicídio, porém, a mecânica é a mesma, atuante em cada Espírito imortal, vinculado pelas vidas sucessivas à sua pessoal realidade.

      O que normalmente é visto e entendido como punição, problema, doença, castigo, é bênção convidando a que se desperte para, conhecendo-se, ter conhecimento exato das situações em que precisa se recompor como Espírito imortal que é.

Leda Marques Bighetti – Setembro/2019

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2024/11/21 | 14:58:14

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