O retorno à carne é bênção que quase
nunca o homem sabe valorizar.
A grande maioria dos seres crendo que
tudo se encerra no falecer do corpo, quando ouvem falar que, ao contrário, a
vida continua, que ninguém morre, que os seres são imortais, e por isso novas
vidas acontecerão, revoltam-se, crendo-se punidos, uma vez que serão arrojados
em experiências que afirmam não merecer.
De uma ou outra forma, haverá, em
proporções diferenciadas, o conhecimento de ideias, com ou sem conscientização
delas e das reações, e justificam por motivos diversos.
Uns, deliberadamente anestesiam os
centros das lembranças; desligam-se dos compromissos firmados, lançando-se a
prazeres grosseiros nos quais mais se comprometem. Com certeza, retornarão
decompostos emocionalmente em lamentável estado de perturbação interior.
Outros, trazendo vivos os locais em que
estagiaram na erraticidade, entregam-se ao pessimismo, fechando campo à
esperança e libertação pessoal.
Há os que se reencontram com antigos
parceiros ou desafetos, derrapando em paixões, amores, ódios com os quais mais
se corrompem.
De modo geral, carinho, perdão, ternura,
são sentimentos desconhecidos. Aprofundam, porém, animosidade, rancor, mágoas,
piorando situações que caberia superar.
Desse modo, encarnados ou desencarnados,
bem poucos valorizam a oportunidade de um corpo físico, investindo em si os
valores do esforço, do devotamento ao dever, renúncia aos convites inferiores,
superações, não importando se pequenas, mas contínuas, representativa cada uma
de acervo bom que vai se construindo para a liberação do ser.
A finalidade dos recomeços, portanto, tem
objetivo específico, qual seja o despertar para as conquistas morais; voltar a
dinâmica da existência para o aspecto imortalista, educando sentimento;
ampliando conhecimentos em realizações enobrecidas a se refletirem nas atitudes
integradas na ética otimista, que a evangelização em Jesus se refletirá em
aprimoramento construtor do processo evolutivo.
Leda Marques Bighetti – Maio/2019 |