A Doutrina Espírita através dos inúmeros
assuntos, temas, enfoques, amplia ao estudioso a importância da existência
atual, no processo da Vida.
Dentre as várias reflexões, destaca a
finalidade do momento nesta presente encarnação.
E, nesse pensar, ele, o Espírito se vê, em
passado remotíssimo, sendo criado por Deus, num tempo que não consegue precisar
e que se projeta nesse mesmo tempo em infinito futuro.
Essa realidade, essa sucessão dos
acontecimentos que acontece ou aconteceu num projetar incessante de ter começo
e jamais se findar, chama-se imortalidade.
Essas inúmeras vidas físicas, tem ou se
apresenta para o espírita, com alto significado, uma vez que nesse pensar,
entenderá os incessantes desafios com que convive, como oportunidades, nas
quais, cada estímulo, oferece possibilidades de revisão, revalorização,
replanejamentos e consequentes possibilidades reorganizadoras da existência que
no momento desfruta.
Os instantes que a compõem, cada momento,
acontecimento, passam a ser entendidos como convites para aproveitamento das
reconstruções e aperfeiçoamento do caráter espiritual marcante para uma
identidade.
Nesse sentido, a luta do dia a dia,
obstáculos, bloqueios, resistências, contrariedades, indecisões, rebeldias,
impedimentos, travas e mil outros detalhes, componentes particulares do todo,
são entendidos como necessidades, que, postas à frente de cada um, ativam,
desafiam o íntimo provocando o esforço de superar-se.
Essa consciência, somatório de pequenos
vencer-se, gera a educação, esta – a evolução, a mudança da própria consciência,
no fato de ver, enxergar um mesmo fato anterior sob outras perspectivas, formas
mais sutis, embora firmes, fortes.
A que esse trabalho leva?
A entender que existe contínuo aprender em
ações transformadoras no desenvolvimento da espiritualidade, no prazer do auto
aprimoramento.
Os raciocínios de repente, chocam, uma vez
que despertos para essa dinâmica, onde ficam as superficialidades do
imediatismo, da precipitação, dos preconceitos, das suscetibilidades, a
vaidade, o orgulho?
São
pensares que quase sempre agridem a sensibilidade, quase sempre atida às
reações uma vez que geram imersão profunda que força o ser sair do superficial,
da vulgaridade começando a estruturar-se em olhos de ver paz, beleza, razão de
ser de cada detalhe com os quais convive sem apreciar. Nesse pensar novo,
eleva-se acima do corriqueiro. Quase em susto, descobre-se imerso nesse
processo durante todo existir, tanto na pujança como no declínio das forças
físicas e, que prossegue após os dias na matéria, continuando a descobrir-se,
conhecer, educar-se para um retorno em que nesse ininterrupto aprender,
prossiga abrindo-se mais e mais para a descoberta do próprio “eu”.
Daí o sentido do “Nascer, morrer, renascer
ainda e progredir sempre. Tal é a Lei”.
Leda Marques Bighetti – Dezembro/2018 |