Nosso tema – Política - tem
sido instrumento mal utilizado por homens e mulheres ambiciosos, esquecidos dos
valores éticos, certamente com exceções.
Política como a arte de bem
governar para o bem do todo, é instrumento de amparo, construção e reconstrução
da sociedade, uma vez que pressupõe indivíduos moralmente adiantados que
colocam em plano secundário interesses pessoais, focados no coletivo, criando
sistemas, métodos de trabalho, regimes nobres e justos que exclusivamente
busquem atendes as totais necessidades do povo.
Só um homem melhor,
desenvolvido intelectual e moralmente, criará e viverá sistemas políticos com
os ideais que abrace.
A Doutrina Espírita encabeçaria um
movimento político?
A Doutrina e o Movimento
espírita não visam o poder temporal. Não se dedicam diretamente à ação
político-social partidária. Sua ação, entretanto, é indireta, uma vez que
provoca a madureza do homem e, nesse compasso, por somatório das instituições
que se aperfeiçoam.
O desenvolvimento dos
posicionamentos sociais está firmemente amarrado ao corpo doutrinário espírita
que se baseia na reeducação ético-moral-espiritual.
Todo esse desenrolar, as
perspectivas se bloqueiam, se limitam na proporção em que o homem se mantenha
ignorante a respeito de sua origem, natureza, finalidade, destino e objetivo do
existir não conseguindo, sem esse conhecer, destruir o egoísmo individual e
coletivo que predomina na sociedade humana.
A Doutrina Espírita acena,
irradia um ideal a ser buscado, atingido, vivido.
Na ética das ações formará
homens superiormente educados, reencarnados e reencarnando que comporão uma
nova população do globo.
A Doutrina Espírita oferece
no seu convite e objetivo de renovação moral, diversas formas de participação
nas instituições que se constituídas por indivíduos bem orientados, preparados
intelectual e moralmente, sem dúvida, farão a diferença porque, serão eles em
detalhes, portadores de ideias, posicionamentos, ações e atitudes que os
elevando, por consequência, elevam e despertam o meio, a sociedade como um
todo.
Como Doutrina ampla e
abrangente em tudo quanto diga respeito ao homem no seu sentido espiritual
vivendo num mundo material, possui um contexto, um conteúdo social que encara
cada um, nas múltiplas vidas como usufrutuário daquilo que semeia e planta.
Seus princípios morais são
desenvolvimento dos ensinamentos do Cristo. Trazem, portanto, não só segurança
de conhecimentos superiores, mas conclama cada um a tornar-se superiormente
educado para que em todas as suas ações transpire fraternidade, bondade,
equidade e justiça lembrando que cada um que se eleva, eleva o meio, enquanto
cada qual que se corrompe...
Desse modo, nessas reflexões
percebe-se que no contínuo aperfeiçoamento do homem, no aperfeiçoamento das
relações sociais haverá a atitude política gerando a consequente evolução das
sociedades humanas.
Observemos o que consta em
“O Livro dos Espíritos” na resposta à questão seiscentos e trinta
exteriorizando realmente uma convivência justa e fraterna:
“Quando (o homem) praticar a
lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade e ele
próprio também será melhor”.
Conclui-se que o plano de
Deus para cumprimento de seus desígnios em relação ao Planeta e ao homem em si,
acontece pela ação direta através da consciência, “...a lei divina que lhe está
gravada no coração e onde Deus lhe imprimiu a regra da verdadeira justiça”. (O
L.E 873/876).
É evidente que essa mudança
de entender e consequente renovação no agir, não se realizará de pronto, sem
fortes resistências, próprias ao homem ainda atrasado espiritualmente, porém,
detalhes que irão decrescendo na proporção em que se instalar o despertamento
espiritual.
Nesse momento, o homem
político convergirá suas decisões, opções e forma de ser na direção das leis
divinas ou naturais.
Leda Marques Bighetti – Julho/2018
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