Nos diferentes momentos do homem no
decorrer dos tempos, procura ele a liberdade de ser livre.
Na Doutrina Espírita há um enfoque
interessante a respeito.
Encontramos nos seus textos, que o
Espírito é criado simples e ignorante e que usará dessa dualidade para,
conforme lhe aprouver, tornar-se ditoso ou infeliz, sem, no entanto, alijar-se
da felicidade que lhe é destinada. O homem, portanto, não foi criado egoísta,
orgulhoso: ele é que se fez egoísta e orgulhoso, exagerando o instinto que Deus
lhe deu para sua conservação.
Nesse caminhar, resultado ou consequência
das pessoais experiências em duras provas ou mais suaves detalhes, aprenderá
que ser livre, de forma alguma significará apresentar-se como libertino,
experenciando comportamentos agressivos, desrespeitosos aos direitos alheios e
por decorrência, à Vida.
Titubeia, oscila, tenta, insiste – é livre
para isso -. Nas idas e vindas, lutas, superações descobrirá a duras penas, que
só se liberta e cresce dentro de padrões morais que estabelecidos na
consciência pessoal e do todo, não se poderá furtar.
Desse modo, nesse ir e vir optar, recusar,
escolher, revisar, retornar, preferir, decidir torna-se autor, dono de valores
que pouco a pouco incorpora e que, pela própria energia que acumulam,
impulsionam no afã de realizações maiores.
Entrando em contato com o contido nas
raízes vitais do “eu”, lugar em que dormem as ocorrências do ontem sabe que
elas, facilmente se misturam ao hoje, implementando verdadeira revolução
intelecto-moral que incessantemente se chocam pedindo recursos para o auto-encontro
no desfrutar racional de paz e alegria que desde sempre lhe é destinado.
Desse modo, atual, lógica, racional a
Doutrina Espírita avança com as conquistas do pensamento que permite melhor
entender as leis e aplicá-las em si com a liberdade de quem tem claro o que é o
melhor ao Espírito imortal que é.
Tal liberdade de decidir frente a objetivos
torna a existência nobre, harmônica em contínua geração de estímulos.
De maneira sutil, porém, sempre à frente
do progresso, o Consolador conclama pelo esclarecimento a que cada qual
descubra no Evangelho de Jesus a liberdade de ser, mesmo quando as forças
pareçam esgotadas e a esperança distante, o momento preciso de atingir o seu
mais nobre lugar.
Através da revolução pacífica do mundo
íntimo, o Cristo vai sempre despontar como protótipo pacífico do homem livre.
Antes d’Ele, acreditava-se que o
Evangelho, uma crença, a fé era cadeia que tudo proibia e condenava.
Com Ele, o entender espírita mostra Jesus,
a Boa Nova como mensagem de luz, convites que levando ao autoconhecimento
oferece liberdade para escolhas, decisões, agora frente a razões reais, que
ele, homem conscientemente escolhe, não mais a esmo, por pressões, mas, livre
frente aos objetivos definidos de onde e como quer chegar.
Leda Marques Bighetti – Jun/2018 |