É possível encontrar no meio espírita muitos que estão ainda distantes de entendimentos doutrinários importantes.
É natural que tal aconteça em proposta racional, que muitas vezes encanta na superfície, sem perceber a profundidade subjacente.
Além disso, por não ser dogmático, não exige que seus adeptos se submetam a diretrizes sob penalidades.
Entende-se, portanto, que a aprendizagem de seus postulados com a decorrente vivência deles, sanaria aos poucos essa distância.
A conquista da consciência espírita só ocorrerá quando o neófito, o simpatizante, o espírita discernir que o convite à renovação moral é para ser aplicado, vivido no cotidiano, desde momentos simples, banais, aparentemente sem importância a desafios impactantes.
A máxima “Fora da Caridade não há Salvação”, se fundamenta no pensamento e exemplos de Jesus.
Estudados por Allan Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, são diretrizes de segurança que o espírita, o meio espírita não pode desconsiderar.
Nesse sentido, a Casa Espírita tem grande responsabilidade na montagem de seus programas didáticos, no preparo dos trabalhos nas diversas áreas, mantendo o estudo doutrinário, esclarecendo a importância de conduta correta, ensinando sim, comportamento renovado frente à mensagem evangélica. Cada estudo deve fornecer matéria de superação a ser exercitada, vivida como exercícios que como educação encadeia o homem nas trilhas do autosuperação.
Ah! Mas, os espíritas devem ser tolerantes.
Tolerância não convive com o erro. Temos sim o dever de auxiliar, zelar, cuidar, exemplificar sem aceitar ou incorporar modismos, preferências, distorções porque a Doutrina Espírita tem leis que a direcionam com harmonia, como estão bem estudadas em “O Livro dos Espíritos” na sua Terceira Parte.
O crescimento quantitativo de interessados em Espiritismo leva a que se fique atento.
Uma Casa Espírita bem orientada, sólida doutrinariamente ensinando pelo exemplo, sendo verdadeira escola de Espiritismo, refletindo, estudando, analisando objetivos, meios, fins, a vida como campo de exercícios, o convite evangélico contido em cada estudo, por colocar-se firmemente irradiadora do pensamento doutrinário por si só, afasta novidadeiros e desperta os verdadeiros interessados.
Todas as Casas Espíritas estão preparadas?
Necessariamente não, entretanto o que hoje se apresenta como dificuldade, amanhã, pela ação da lei do progresso, muda a realidade. Aqui, será através de um estudo cuidadoso deste ou daquele tema; ali um aspecto do desenvolvimento moral, enfim, detalhes que vão despertando para que se penetre em algo mais profundo, porém, real, verdadeiro.
As Casas Espíritas sinceramente interessadas em servir, vão se incorporando como trabalhadores capazes, gerando cada um em sua função, meios para que aquele que chega ou está, descubra o potencial libertador a que a proposta espírita convida.
Leda Marques Bighetti – Fevereiro/2018 |