É comum encontrar pessoas procurando uma regra segura que
defina atitudes boas ou más, analisando que um ato bom muitas vezes pode gerar
repercussões não tão boas.
A questão
seiscentos e trinta de “O Livro dos Espíritos” responde:
“O bem é tudo o que está de acordo com a lei
de Deus e o mal é tudo o que dela se afasta. Assim fazer o bem é se conformar à
lei de Deus; fazer o mal é infringir essa lei”.
Nesse sentido, a
busca e vivência do Bem estão, antes de qualquer coisa, na decisão de
inculcá-lo primeiramente em si. Em favor da pessoal tranquilidade, deve
disciplinar a vontade não aceitando os maus hábitos arraigados.
Educa o
pensamento, corrige a gula, orienta as próprias opiniões não se permitindo
maledicência, meditando antes de falar. Vence impulsos inferiores porque sabe
que não é o corpo que comanda, mas o Espírito, quando se educa, que orienta
aquele. Domina paixões nas emoções que nascidas da alma eclodem ainda com os
resquícios do instinto.
Tem bom ânimo;
entende a dor como lição, busca paz nos compromissos bem cumpridos, na
solidariedade humana.
Educa-se não mais
permitindo que o “temperamento” comande suas ações. Ao invés, age com simpatia,
enriquece-se de luz.
Triunfa sobre o
eu.
Convencido de que
é um ser espiritual, dá de si, ajuda o mundo a ser feliz colocando em tudo
quanto faz o melhor que consegue perceber, oferecendo sim em qualquer lugar ou
situação o que gostaria de receber.
Em síntese:
conduz seus esforços e atividades naturais, triviais, normais “(...) de acordo com as leis de Deus”.
Nesse sentido ou
sob essas reflexões, não há lógica no questionamento inicial porque todo homem
que se trabalha e se constrói como legítimo cristão tem claro para si a
distinção do bem e do mal e, portanto, só age visando esse bem e sua
repercussão no todo.
“Jesus não se comprometeu com os que
combatessem em seu nome, com os que humilhassem os outros, a pretexto de
glorificá-lo, ou com os que lhe oferecessem culto espetacular, em templos de
ouro e pedra, mas sim afirmou que o menor gesto de bondade, dispensado em seu
nome, será sempre considerado, no Alto, como oferenda de amor endereçada a ele
próprio.” (Fonte Viva – 137)
Leda Marques Bighetti – Janeiro/2018 |