Até certo ponto dogmática, fria, é situação que exige para que seja
alcançada, uma série de procedimentos que a justifiquem ou a fortaleçam.
Qual o contexto da fé em Deus, em Jesus, uma vez que precisamos dela
para nos fortalecer nas idas e vindas do caminho?
A Doutrina Espírita abre reflexões mostrando haver dois tipos de fé: a
humana, isto é, a fé do homem em si mesmo, em sua capacidade; a fé de um homem
em outros homens em seus planos ou sonhos.
Além desta, existe a fé divina voltada para Deus, Jesus,
os Bons Espíritos.
Essa fé vem, provém da compreensão espiritual, do
despertar no homem de uma lei profunda que trazemos na consciência e que sem
sabermos como, fala de algo superior, diferente, maior, que o atrai para que se
eleve ao caminho da transcendência espiritual.
Tal imantação é intrínseca: faz parte do sentimento
de adoração, entretanto ai entra o alerta de que, embora esteja pronta para
eclodir, não pode ser imposta, cega ou dogmática – pede ser provada pela razão.
Se esse sentimento inato de algo superior move a
adoração, a razão deve dar base lógica, estabilidade para que se desenvolva em
crescendo na proporção relativa em que passamos a conhecer mais a verdade, os
objetivos do ser espiritual.
Não basta, portanto, sentir. É preciso conhecer.
Jesus infundiu certezas nos corações que O seguiram não só ensinando através da
palavra, mas praticando atos evidentes que convenciam.
Para ter fé em Deus precisamos conhecê-lo e a
Natureza é o atestado vivo de Sua presença, ao mesmo tempo transcendência e
imanência uma vez que está em nós, no mundo, nas coisas, no grão de areia, na
folha do mato.
E por que entendê-Lo aí?
Porque é a inteligência criadora estruturadora do
micro e do macro em dinamismos próprios explodindo a vibração contínua da vida.
A física moderna mostra que tudo vibra no Universo
inteiro, vibração atômica determinada desde sempre pela grandiosidade de um Pai
de Amor.
Quando refletimos, conhecemos, analisamos vemo-nos
mergulhados nessa grandiosidade, conseguimos perceber Sua voz na consciência a
nos orientar para o bem.
Essa forma de conhecer torna-se não só palavras,
mas real “ ...é capaz de enfrentar a
razão em todas as épocas da Humanidade...” segundo ensinam os Espíritos na
Codificação.
Leda Marques Bighetti – Dezembro/2017 |