Ao estudar as cartas de Paulo
para as comunidades que visitara, relembrando ensinamentos cristãos, destacando
este ou aquele fato, ressaltando responsabilidades, poeticamente estruturando o
belíssimo texto sobre o amor genuíno, os dons espirituais, ele destaca, lá como
hoje que a vida humana se processa, embora mudando vestes, com formas, com
repetições constantes.
Quando o Cristianismo era divulgado pelo
mundo e quando Paulo lutava para que a verdade cristã se implantasse,
encontraremos naqueles núcleos nascentes, nos novéis adeptos, praticamente os
mesmos conflitos ou problemas com que nos defrontamos tanto no meio espírita
quanto nas demais correntes de pensamento cristão.
Lá como aqui, julgamos o semelhante,
condenamos atitudes, formas de ação, indicando nosso entender como a melhor
forma para ações perfeitas.
E por que tal se dá?
Certamente, porque lá como aqui, não
compreendemos convites espirituais com os quais o Cristianismo nos brindou em
qualquer das escolas cristãs que frequentamos.
O Evangelho é um só e em tudo
continuamente somos alertados a não julgar, apontar com restrições os que agem
desta ou daquela forma ou que segundo nosso ponto de vista, cometem erro de
escolha.
Atitudes, escolhas, opções tudo está
dentro de contexto especial, próprio, coerente com o momento espiritual que
como Espírito em constante vir a ser, um dia no tempo, fará outras escolhas
certamente em constantes superações.
Não esquecer que, quando formalistas no
tempo de Jesus, condenamos o próprio Cristo por sentar-se à mesa com os
publicanos, ir na casa de Zaqueu, ater-se com “pecadores”.
Não percebemos lá e continuamos aqui sem
oferecer perspectivas novas como ser espiritual que somos.
Não despertos nos é impossível sentir
Jesus modelo, guia, abrindo caminhos, derrubando limites para que a Humanidade
se abra em nova civilização, iniciando no Planeta um mundo de compreensão
espiritual avançando com mais facilidade para um tempo melhor.
As cartas de Paulo, portanto, lá como
aqui, convocam para que o homem se liberte desses atavismos sabendo que há
muito o que fazer em relação a si construindo-se em valores reais.
Só assim, quando tudo procura fazer para
renovar-se em Jesus, no rigor e na retidão de Paulo “...tudo faz pelo bem de todos, porque cumpre a lei de Deus”. (O L.E 629)
Leda Marques Bighetti – Outubro/2017 |