Oh! Par de rosas formosas Que eu vejo perto de mim; Quem voz fez assim tão cheirosas, Fez muitas flores assim.
A natureza enfeitando, Sois úteis trabalhadoras, Pois conservais meditando As almas mais sonhadoras.
A vossa vida ligeira De ostentação resumida, È uma lição verdadeira, Do que há no mundo e na vida.
Na sua forma exterior, Tudo no mundo é fugaz, Tudo tem vida de flor Que o tempo vem e desfaz.
Da vossa curta experiência, Do curto brilho em que estais, Floresce a mais pura essência, Que não se extingue jamais.
É vosso aroma e perfume, Qual delicado troféu, Que vossas vidas resumem Em outras flores do céu.
Assim as coisas do mundo, Não são o luxo, a vaidade; Sim o que vive profundo, Na vida da eternidade.
Também na grande passagem, Da vida humana agitada, Não há apenas miragem Temendo a sombra e o nada.
Dentro do homem palpita, Um outro homem mais puro. Ser que bate e se agita, Para escapar do monturo.
Oh! Rosas, rosas de amores, Senhoras dos versos meus, No fundo tudo são flores, A caminhar para Deus. |