Provavelmente, no cotidiano, terás encontrado companheiros que te pareceram marginalizados perante a estrada justa; Os que se supunham demasiado virtuosos para sobrestar as paixões humanas, a escarnecerem dos fracos, e caíram nelas, à feição de pássaros engodados pela merenda na armadilha que os recolheu; Os que censuravam os erros do próximo, na base da ignorância, e se arrojaram depois nos despenhadeiros de enganos piores; Os que empreenderam jornadas redentoras, colocando-te pesada carga nos ombros, afastando-se das obrigações que prometeram honrar; E quantos outros que ainda, incapazes de vencer a própria insegurança, desceram de eminências do serviço espiritual para aventuras turbulentas, chegando até mesmo à negação da fé que afirmavam acalentar. Diante de todos eles, os que desconsideraram os outros, colhendo por fim a desconsideração alheia, à face das situações complexas em que intimamente se reconhecem prejudicados e infelizes, recorda as dificuldades da própria sustentação espiritual; e, examinando as provações e os empeços de quem deseja acatar as responsabilidades próprias, endereça a todos os amigos, talvez em lutas mais graves, do que as tuas, os teus melhores pensamentos de paz e bom ânimo, a fim de que se restaurem. Espíritos egressos de experiências vinagrosas em existências outras, que o tempo arquivou para balanço oportuno, todos ainda carregamos nas próprias tendências o risco de retorno a quedas passadas, reclamando a bondade e a tolerância dos outros, de modo a demandarmos os caminhos da frente. Partilhando a jornada humana, compreendamos que os companheiros julgados caídos estão desafiados por obstáculos e crises muito difíceis de atravessar. E, ao invés de agravar-lhes os problemas, que amanhã talvez se façam nossos, saibamos ofertar-lhes a bênção da prece quando de todo não lhes possamos estender os braços, lembrando o Divino Amigo quando nos asseverou, convincente: - “Em verdade não vim ao mundo para curar os sãos.”
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