Vida Futura – Importância das Reflexões a Respeito

Num tempo próprio, particular a cada um, momento chegará em que por este ou aquele motivo, se deve deixar o corpo físico que não mais oferece condições para abrigar o ser inteligente.

A partir daí, abre-se uma nova fase, na qual o Espírito, agora na sua forma imponderável parte para a vida errante.

Nesse meio tempo ou em meio a tantos detalhes, o mundo mental como que se abre, expondo os frutos da existência finda. Após variável tempo de perturbação, significando tempo de adaptação à matéria totalmente diferente da que estava habituado, a consciência vai se aclarando, quase sempre junto aos seres amados que durante um tempo partilharam a experiência terrestre.

De modo geral, a cultura, textos, religiões representam morte de forma lúgubre, fazendo com que surja ou se intensifique o sentimento de terror. É vista como perda, nunca como continuidade em entrada num mundo mais rico de realidades, impressões, principalmente se a alma estiver preparada para enxergar, sentir, ouvir, escutar o que sem esse preparo, mesmo que sejam apenas em ideias esparsas, poderá ser mais demorado, confuso, aflitivo até.

O que também muito contribuiria para que essa adequação fosse menos traumática seria, vez por outra, sem morbidez, ao invés de afugentar a ideia dela, encará-la pelo que ela é, ou seja, ir se desembaraçando aos poucos das sombras e medos naturais, necessários no curso da vida.

Imagine-se inclusive, o que aconteceria com cada um, se ela fosse suprimida ... O único detalhe que mudará será a matéria do novo corpo, uma vez que o Espírito é o mesmo, e, dependendo do grau de adiantamento, sente-se livre ou entende, como afirma certo filósofo quando escreve que “os mortos são os vivos do céu.”

O conhecimento, mesmo que em linhas gerais, no momento preciso, exercerá papel importante levando o ser a sentir-se mais seguro, confiando-se aos encarregados de recebê-los para encaminhá-los na vida que prossegue. Agora, sob ação dos sentidos psíquicos, percebe realidade que se lhe apresenta confusa; vê-se diante de situações que não sabe administrar. Aprendera que quando percebesse a chegada da morte, algumas formalidades previamente cumpridas resolveriam tudo. Entretanto, não é isso que está acontecendo: precisa de ajuda.

Não lhe ensinaram que é hoje, na atualidade, que cada qual se prepara através de uma nova forma de sentir, pensar, agir. É a existência inteira que responde pela vida futura, uma vez que ambas são estreitamente ligadas por causas e efeitos que a morte não interrompe.

Para a grande maioria dos homens esses pensares são desconhecidos, utópicos, permanecendo a morte não só como grande mistério como também sombrio problema que se evita olhar de frente.

Daí a necessidade de que mesmo que a leitura desse texto pareça fantasiosa, ao lê-la, pensar sobre ela; perguntar-se: se minha morte acontecesse agora, como penso me portaria?

É mórbido? Não. É realidade, uma vez que agora ou em mais ou menos dias, estará, cada um, habitando corpo de matéria diferente desta tão conhecida, e aí, ideias mais lúcidas que o ser se permita, lembranças do que um dia tenha lido como possíveis possibilidades, certamente contarão auxílio indispensável para os primeiros e futuros passos.

Leda Marques Bighetti – Novembro/2019

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2024/3/29 | 05:10:00

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