Desequilíbrio Pessoal

     Estuda-se em Doutrina Espírita que no processo obsessivo o ser convive com causas preponderantes, isto é, razões maiores, que sobrepujam tudo o mais. Uma delas, com certeza a mais intensa e importante, é a mente por conter aquisições pregressas na condição de conquistas que cumpre aprimorar, ou de compromissos que esperam correção, superação.

      Nesse contexto, a conduta mental de cada um pode promover saúde ou abrir campo a desarmonias, que sutilmente se abrem nas contínuas ondas de mau humor, pessimismo, revoltas, ódios, ciúmes, viciações de diferentes naturezas, que somando-se a detalhes, se transformam em agentes de perturbação, sofrimentos, não só pelo fato em si, mas principalmente pela atração e assédio de mentes encarnadas e desencarnadas, sintonizadas com as energias emitidas.

      Nesse processo, um Espírito que se desrespeitou, alucinado, irresponsável, infrator do bem, traz na própria consciência sinais de culpa que, conscientes ou inconscientes, se exteriorizam em campo frágil, próprio para acolher a imposição de mentes obsessoras, que aos poucos se tornam parceiras pelas afinidades e interesses intercambiados.

      Essas inteligências se identificam com as emissões enfermiças do encarnado. A partir daí iniciam cerco e através de flashes, imagens, sutilmente acordam lembranças, insinuam-se até estabelecerem espaço que passam a dominar.

      A sutileza da ação, no início se dá através de vaga ideia, que assoma por “acaso”. Nos momentos seguintes, vem a repetição que se torna, pouco a pouco, mais frequente. Caminha para a insistência até firmar-se como clichê persistente, perturbando a ponto de encaminhar para os desajustes graves.

      Nesse meio tempo, não se estabelecendo reações, a indução leva à alucinação.

       A mente que se rende às ideias infelizes por decorrência entra em desequilíbrios orgânicos e psíquicos, uma vez que os dois campos ficam desguarnecidos, abertos a processos patológicos que proliferam dominadores, requerendo da “vitima” mudança radical de comportamento, por assim dizer, motivando-se para as atitudes ético-morais que desencadearão a renovação do “eu”, o que causa rompimento dessa ação dominadora de uma mente sobre a outra.

 

Leda Marques Bighetti – Abril/2019

______________________________________________________________________________________________________________
http://www.cebatuira.org.br/
2024/4/24 | 03:56:42

IMPRIMIR