O vampirismo é, portanto, um tipo de obsessão no campo das viciações sensoriais, ou seja, os excessos e desequilíbrios físicos e mentais. 

Exemplo: a cólera, a desesperação, o ódio, a tristeza, o vício - alcoolismo, glutonaria, desvarios do sexo.

Como isto acontece?

Ainda no livro Libertação, André Luiz ao estudar o vampirismo pergunta:

- Por que não suprime o Senhor Compassivo e Sábio tão pavoroso quadro?

Ao que o mentor responde:

- Não será o mesmo que interrogar pela tardança de nossa adesão ao Reino Divino?

Somente existe obsessão porque há endividados.

Existem os fatores predisponentes - causas cármicas - que facilitam a aproximação dos obsessores, que entretanto, necessitam descobrir o momento propício para a efetivação da sintonia completa que almejam. 

Este momento tem o nome de invigilância onde estão incursos os fatores preponderantes: revolta, ódio, idéias negativas de qualquer espécie, depressão, tristeza, desânimo, pessimismo, medo, ciúme, avareza, egoísmo, ociosidade, irritação, impaciência, maledicência, calúnia, desregramentos sexuais, vícios - fumo, álcool, tóxicos, etc.

Encontrando em sua vítima os condicionamentos, a predisposição e as defesas desguarnecidas, disso tudo se vale o obsessor para instalar a sua onda mental na mente da pessoa visada. A interferência se dá por processo análogo ao que acontece no rádio, quando uma emissora clandestina passa a utilizar determinada freqüência operada por outra, prejudicando-lhe a transmissão. Essa interferência estará tanto mais assegurada quanto mais forte, potente e constante ela se apresentar, até abafar quase por completo os sons emitidos pela emissora burlada.

O perseguidor age persistentemente para que se efetue a ligação, a sintonia mental, enviando os seus pensamentos, numa repetição constante, hipnótica, à mente da vítima, que incauta, invigilante, assimila-os e reflete-os, deixando-se dominar pelas idéias intrusas.

No livro, Nos Bastidores da Obsessão, Manoel P. de Miranda, descreve com muita propriedade o processo: " Justapondo-se sutilmente cérebro a cérebro, mente a mente, vontade dominante sobre vontade que se deixa dominar, órgão a órgão, através do perispírito pelo qual se identifica com o encarnado, a cada cessão feita pelo hospedeiro, mais coercitiva se faz a presença do hóspede, que se transforma em parasita insidioso..."

O vampirismo pode acontecer por afinidade de gostos: os Espíritos, como os ectoparasitas ( os que limitam a própria ação às zonas de superfície) temporários, procedem à semelhança dos mosquitos e dos ácaros, absorvendo as emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizam, aqui e ali, como são os que se aproximam eventualmente dos fumantes, dos alcoólatras e de todos aqueles que se entregam aos vícios e desregramentos de qualquer espécie. Todavia, aquele que age como ectoparasita pode passar a atuar como endoparasita, caso queira e encontre campo para tanto.

Há o vampirismo que tem como causa comprometimentos do passado: vínculos negativos no campo do sentimento, que desencadearam em ódio e desejo de vingança. Neste caso, os

Espíritos podem ser comparados a endoparasitas (os que se alojam nas reentrâncias do corpo a que se impõem) conscientes, que através de processos intrincados de vampirismo, modificam a essência dos pensamentos da vítima, produzem inibições de funções viscerais diversas, influenciam o sistema nervoso, exercendo um domínio sobre a vítima.

Ainda há o vampirismo calcado nas paixões egoísticas: Espíritos imobilizados nas paixões egoísticas desse ou daquele teor, descansam em pesado monoideísmo, ao pé dos encarnados, de cuja presença não se sentem capazes de afastar-se.

Absolutamente sem preparo e tendo vivido muito mais de sensações animalizadas que de sentimentos puros, as criaturas humanas, além túmulo, em muitíssimos casos prosseguem imantadas aos ambientes domésticos que lhes alimentavam o campo emocional.

O parasitismo espiritual ou vampirismo é um processo grave de obsessão.

Espíritos inabilitados para a jornada imediata, rumo ao Céu, em virtude das paixões devastadoras que os magnetizam, arrebanham-se de conformidade com as tendências inferiores em que se afinam, ao redor da Crosta Terrestre, de cujas emanações e vidas inferiores ainda se nutrem, qual ocorre aos próprios homens encarnados. O objetivo essencial de tais exércitos sombrios é a conservação do primitivismo mental da criatura humana, a fim de que o Planeta permaneça, tanto quanto possível, sob seu jugo tirânico, adiando-se o Reino de Deus entre os homens, indefinidamente...

CONTINUA...