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O Céu e o Inferno  |  Segunda Parte - Exemplos Capitulo VII     |  01/05/2008
ESPÍRITOS ENDURECIDOS - LAPOMMERAY
“A luz ofusca-me e penetra, qual flecha aguda, a sutileza do meu ser. Castigaram-me com as trevas do cárcere e acreditavam castigar-me ainda com as trevas do túmulo, senão com as sonhadas pelas superstições católicas...”.

"Pois bem, sois vós que padeceis da obscuridade, enquanto que eu, degredado social, me coloco em plano superior. Eu quero ser o que sou!... Forte pelo pensamento, desdenhando os conselhos que zumbem aos meus ouvidos... Vejo claro... Um crime! É uma palavra! O crime existe em toda parte. Quando executado pelas massas, glorificam-no, e, individualizado, consideram-no infâmia. Absurdo!

"Não quero que me deplorem... nada peço... lutarei por mim mesmo, só, contra esta luz odiosa. Aquele que ontem era um homem."

O depoimento de Lapommeray(1) representa o que na teoria psicanalítica, é chamado de negação. Segundo Jacques-Marie Émile Lacan, psicanalista criador de uma escola de pensamento psicanalítico, a negação ocorre quando o individuo se coloca em posição de recusa absoluta, podendo, por exemplo, isolar-se em seu mutismo, ou adotar uma posição irônica, pontuando a inconsistência de todas as referências que lhe são apresentadas. Nessa liberdade negativa , não se trata de uma inexistência de sujeito, mas de uma exclusão em relação ao social, onde um sujeito se constitui no próprio ato de subtração, em disjunção com o Outro(2).

Esta recusa absoluta tem uma origem , segundo alguns autores,o processo de negação resulta da exarcebaçaõ do ego do individuo que torna-se demasiadamente intenso. Ego intenso é sinônimo de egoísmo(3)

O filosofo Arthur Schopenhauer, discorrendo sobre o egoísmo comenta que (...) “Por natureza, o egoísmo é ilimitado: o homem quer conservar a sua existência utilizando qualquer meio ao seu alcance, quer ficar totalmente livre das dores que também incluem a falta e a privação, quer a maior quantidade possível de bem-estar e todo o prazer de que for capaz, e chega até mesmo a tentar desenvolver em si mesmo, quando possível, novas capacidades de deleite. Tudo o que se opõe ao ímpeto do seu egoísmo provoca o seu mau humor, a sua ira e o seu ódio: ele tentará aniquilá-lo como a um inimigo.(4)

Nas respostas dadas às questões quanto ao egoísmo de "O Livro dos Espíritos", observa-se que :-
“...De todas as imperfeições humanas, a mais difícil de extinguir é o egoísmo, porque se liga à influência da matéria da qual o homem, ainda muito próximo de sua origem, não se pode libertar. Tudo concorre para manter essa influência: suas leis, sua organização social, sua educação... É o choque que o homem experimenta do egoísmo dos outros que o torna freqüentemente egoísta por si mesmo, porque ele sente a necessidade de se colocar na defensiva. Ao ver que os outros pensam só em si mesmos e não nos demais, é conduzido a se ocupar de si mais do que dos outros...Quanto maior o mal, mais se torna horrível. Será preciso que o egoísmo cause muito mal para fazer compreender a necessidade de extingui-lo”(5). 

Quanto ao egoísmo,Joanna de Ângelis comenta ser este “... herança do primarismo animal e constitui-se no maior adversário de nossa evolução...”(6).

O egoísmo contrai todas as forças do Espírito e atrofia as sensibilidades, fazendo-as perderem o contato com a realidade que o cerca. O orgulho está sempre ligado ao egoísmo, estado deprimente daqueles que o possuem. Este Espírito, orgulhoso, se supervaloriza, criando assim em torno de si, o seu próprio mundo, de sorte a querer desconhecer o amparo e as mudanças de valores.Deixando de conhecer os seus próprios poderes, negando-se a reconhecer suas necessidades reais.

"Não quero que me deplorem... nada peço... lutarei por mim mesmo, só, contra esta luz odiosa. Aquele que ontem era um homem.”(1)

Na questão 913 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec indaga qual o vício mais radical, isto é, que tem mais raízes, e conseqüentemente mais difícil de ser erradicado. A resposta obtida foi : o egoísmo, orgulho, que cristaliza o ego na teimosia e na falsa grandeza, trazendo, o sofrimento.(7)

Entre os Espíritos endurecidos, o número é grande daqueles que, sem procurarem fazer o mal, permanecem atrasados pelo orgulho, indiferença ou apatia. Eles não são por isso menos infelizes, porque sofrem tanto mais de sua inércia quando não têm por compensação as distrações do mundo; a perspectiva do infinito torna a sua posição intolerável, e, entretanto, não têm nem a força, nem a vontade de sair dela. São aqueles que na encarnação, conduzem existências desocupadas, inúteis para si mesmos e para os outros. Qual a diferença entre se conduzir ao bem um Espírito mau e um Espírito endurecido? Esses Espíritos são, em geral, mais difíceis para se conduzirem ao bem do que aqueles que são francamente maus, porque, nestes últimos há energias; uma vez esclarecidos, são tão ardentes para o bem quanto o foram para o mal. Serão necessárias, sem dúvida, aos outros, muitas existências para progredirem sensivelmente; mas, pouco a pouco, vencidos pelo tédio, como outros pelo sofrimento, procurarão uma distração numa ocupação qualquer que, mais tarde, tornar-se-á, para eles, uma necessidade.

É neste estado que se encontrava Lapomaray: "Que dizeis da perturbação? Para que essas palavras ocas? Sois sonhadores e utopistas. Ignorais redondamente o assunto do qual vos ocupais. Não, senhores, a perturbação não existe, a não ser nos vossos cérebros. Estou bem morto, tão morto quanto possível e vejo claro em mim, ao derredor de mim, por toda parte!... A vida é uma comédia lúgubre! Insensatos os que se retiram da cena antes que o pano caia. A morte é terror, aspiração ou castigo, conforme a fraqueza ou a força dos que a temem, afrontam ou imploram.(1) Suas palavras se apresentam de forma cristalina como um exemplo ao comentário de Allan Kardec abaixo descrito.

...” No momento da morte corpórea, vemos o Espírito entrar numa perturbação e perder a consciência de si mesmo, de sorte que jamais é testemunha do último suspiro de seu próprio corpo. Pouco a pouco a perturbação se dissipa e o Espírito se reconhece, como o homem que sai de um profundo sono; a sua primeira sensação é a de libertação de seu fardo carnal; depois vem a surpresa da visão do novo meio em que se encontra. Está na situação de um homem que se cloroformiza* para fazer-lhe uma amputação, e que é transportado, durante o sono, para um outro lugar. Ao despertar, sente-se desembaraçado do membro que o fazia sofrer; freqüentemente, procura esse membro que está surpreso de não mais sentir; do mesmo modo, no primeiro momento, o Espírito procura o corpo; ele o vê a seu lado; sabe que é o seu e se espanta por estar dele separado; não é senão pouco a pouco que ele se dá conta de sua nova situação.

Nesse fenômeno, não se opera senão uma mudança de situação material; mas, no moral, o Espírito é exatamente o que era algumas horas antes; não sofre nenhuma modificação sensível; suas faculdades, suas idéias, seus gostos, suas tendências, seu caráter são os mesmos; as mudanças que ele pode sofrer não se operam senão gradualmente pela influência do que o cerca. Em resumo, não houve morte senão para o corpo somente; para o Espírito não houve senão sono.(8)

Ao depoimento de Lapommeray(1) comenta Allan Kardec “...Sob o ponto de vista das existências, os Espíritos na erraticidade podem considerar-se inativos e na expectativa; mas, ainda assim, podem expiar, uma vez que o orgulho e a tenacidade formidável dos seus erros não os tolham no momento da progressiva ascensão. Tivestes disso um exemplo terrível na última comunicação desse criminoso impenitente, debatendo-se com a justiça divina a constringi-lo depois da dos homens. 
Neste caso a expiação ou, antes, o sofrimento fatal que os oprime, ao invés de lhes ser útil, inculcando-lhes a profunda significação de suas penas, exacerba-os na rebeldia, e dá azo às murmurações que a Escritura em sua poética eloqüência denomina ranger de dentes.

Esta frase, simbólica por excelência, é o sinal do sofredor abatido, porém insubmisso, isolado na própria dor, mas bastante forte ainda para recusar a verdade do castigo e da recompensa! Os grandes erros perduram no mundo espiritual quase sempre, assim como as consciências grandemente criminosas. Lutar, apesar de tudo, e desafiar o infinito, pode comparar-se à cegueira do homem que, contemplando as estrelas, as tivesse por arabescos de um teto, tal como acreditavam os gauleses do tempo de Alexandre.

O infinito moral existe! E miserável e mesquinho é quem, a pretexto de continuar as lutas e imposturas abjetas da Terra, não vê mais longe no outro mundo, do que neste.
Para esse a cegueira, o desprezo alheio, o egoístico sentimento da personalidade, são empecilhos ao seu progresso. Homem! é bem verdade que existe um acordo secreto entre a imortalidade de um nome puro, legado à Terra, e a imortalidade realmente conservada pelos Espíritos nas suas sucessivas provações... Precipitar um homem nas trevas ou em ondas de luz não dará o mesmo resultado? Num como noutro caso, esse homem nada vê do que o cerca, e habituar-se-á mesmo mais facilmente à sombra do que à monótona claridade elétrica, na qual pode estar submerso. O Espírito manifestado na última sessão exprime bem a verdade quando diz: "Oh! eu saberei libertar-me dessa odiosa luz." De fato, essa luz é tanto mais terrível, horrorosa, quanto ela o penetra completamente e lhe devassa os pensamentos mais recônditos. Aí está uma das circunstâncias mais rudes de tal castigo espiritual. O Espírito encontra-se, por assim dizer, na casa de vidro pedida por Sócrates. Disso decorre ainda um ensinamento, visto como o que seria alegria e consolo para o sábio, transforma-se em punição infamante e contínua para o perverso, para o criminoso, para o parricida, sobressaltado em sua própria personalidade. Meus filhos calculem o sofrimento, o terror dos hipócritas que se compraziam em toda uma existência sinistra a planejar, a combinar os mais hediondos crimes no seu foro íntimo, quais feras refugiadas no seu antro, e que hoje, expulsas desse covil intimo, não se podem furtar à investigação dos seus pares... Arrancada que lhe seja a máscara da impassibilidade, todos os pensamentos se lhe estampam na fronte! Sim, e além de tudo nenhum repouso, nada de asilo para esse formidando criminoso. Todo pensamento mau, e Deus sabe se a sua alma o exprime -se lhe, trai por fora e por dentro, como impelido por choque elétrico irresistível. Procura esquivar-se à multidão, e a luz odiosa o devassa continuamente. Quer fugir, e desanda numa carreira infrene, desesperada, através dos espaços incomensuráveis, e por toda a parte luz, olhares que o observam. E corre, e voa novamente em busca da sombra, em busca da noite, e sombra e noite, não mais existem para ele! Chama pela morte... Mas a morte não é mais que palavra sem sentido. E o infeliz foge sempre, a caminho da loucura espiritual - castigo tremendo, dor horrível, a debater-se consigo para se desembaraçar de si mesmo, porque tal é a lei suprema para além da Terra, isto é: o culpado busca por si mesmo o seu mais inexorável castigo”(1).

Quanto tempo durará esse estado? Até o momento em que a vontade, por fim vencida, se curve constrangida pelo remorso, humilhada a fronte altiva ante os Espíritos de justiça e ante as suas vítimas apaziguadas.
Notai a lógica profunda das leis imutáveis; com isso o Espírito realizará o que escrevia nessa altaneira comunicação tão clara, tão lúcida, tão desconsoladoramente egoística.

Laurelucia Orive Lunardi
Maio / 2008
 
Bibliografia:
1. Kardec ,Allan, O Céu e o Inferno, CAPÍTULO VII:- Espíritos endurecidos :- Lapommeray 2. Lacan, J. Escritos. (1998). 3. Borges Romam ,G,Um breve ensaio sobre a negação no raciocínio humanístico,Cadernos da pós-graduação,UFPR 4. Schopenhauer, Arthur “A Arte de Insultar” 5. Kardec,Allan, O Livros dos Espíritos, Questões 916 e 917 6. Joanna de Ângelis/, Divaldo Pereira Franco, ”Meditações” 7. Kardec,Allan, O Livros dos Espíritos, Questão 913 8. KARDEC ALLAN ,Obras Póstumas : A morte espiritual.
 
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