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O Céu e o Inferno  |  Capitulo III - O Céu   |  Item 9   |  02/11/2002
CAMINHAMOS? SIM, MAS IMPORTA SABER PARA ONDE
9 - Uma só existência corporal é manifestadamente insuficiente para o Espírito adquirir todo o bem que lhe falta e eliminar o mal que lhe sobra. ( . . . )
Para cada nova existência de permeio à matéria, entra o Espírito com o cabedal adquirido nas anteriores, em aptidões, conhecimentos intuitivos, inteligência e moralidade. Cada existência é assim um passo avante no caminho do progresso.
(O Céu e O Inferno, Cap. III - O CÉU. Grifos nossos)

Já teria o leitor alguma vez pensado sobre a origem dos desejos que possuímos? Mais ainda, seria possível colocar um desejo no coração de alguém? Ou será que tudo o que podemos fazer é, digamos, abrir uma porta para os que já existem, trancados, escondidos em algum “cômodo” interior? Haveria desejos esquecidos? A questão do desejo caminha ao lado das experiências adquiridas nas várias existências que já vivemos.

De certa forma, esse cabedal também pode ser comparado ao fundo das águas. Como afirma Rubem Alves,

“O fundo das águas é lugar encantado, onde moram também lindas criaturas, (…). Vivem lá, submersas, esquecidas… Mas quem as submergiu? Nós mesmos.” - O Retorno e o Terno

E as experiências do cotidiano (a existência corporal) não teriam também o papel de acordar os desejos que já moravam em nós? Acordar para que, perguntará o amigo. Para nos levar a escolher. Ou para responder a grave questão colocada por Jesus: Onde estiver o nosso tesouro, aí estará também o nosso coração. Experiências que parecem ter voz a nos propor: “Onde está o seu coração? Qual é a sua verdade?” Pense por alguns instantes sobre isso, amigo leitor. Nas mais simples questões da vida de todo dia, vozes a nos “provar”, “testar”, solicitando-nos fazer escolhas: “Esta ou aquela?” E, à medida que escolhemos, como as flores que vão perdendo as pétalas ao sabor do vento, vamos também nós perdendo pétalas para ver o que sobra, para ver o que somos.

Necessidade, desejo e motivação. Difícil precisar uma nítida separação entre os três. Onde termina uma necessidade e começa um desejo? Quando um desejo se torna capaz de sustentar a nossa disposição, isto é , uma motivação? A dificuldade de separá-los não é casual. E a evolução encerra um processo de desenvolvimento também do que poderíamos chamar de fatores conativos (motivacionais). Do impulso primitivo de sobrevivência com as necessidades fisiológicas (como a fome) do recém-nascido, passando pela necessidade de sobrevivência imediata e do princípio do prazer-desprazer nos primeiros meses de vida. Em seguida o aparecimento da satisfação dos desejos,  a necessidade de  sobrevivência e segurança prolongadas, na primeira infância; depois as raízes da força de vontade e escolha autônoma, o senso de pertencer, na segunda etapa da infância. Chegando `a força de vontade propriamente dita, ao autocontrole, às metas e desejos temporais, necessidades de auto-estima do período da adolescência e juventude. Finalmente, na idade da razão, a intencionalidade, o desejo criativo, significação, vontade espontânea, auto-realização e autonomia, até o estágio superior da compaixão, do amor como fator motivacional superior. Eis porque “Uma só existência corporal é manifestadamente insuficiente”. Curioso perceber que , assim como a inteligência se desenvolve em etapas, tornando-se cada vez mais complexa, enriquecida, a motivação ou força motivacional também se transforma à medida que vamos amadurecendo no processo da evolução.

Em artigos anteriores apresentamos a motivação como “aquilo que inspira nossas ações no momento”, ou o nosso estado de espírito. A motivação vai surgindo de uma necessidade intrínseca de felicidade que carregamos inscrita em nós, desdobrando-se a cada etapa segundo uma “roupagem” específica. E em O Livro dos Espíritos, sobre a indagação acerca da soma de felicidade comum a todos os homens, os Espíritos Superiores assim se expressaram:

“Com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro.”

De fato, a falta do necessário na vida material gera sofrimento e acaba por interferir na “visão” sobre tudo o que nos cerca. Então, ocorre que as privações alteram o que poderíamos chamar de disposição geral, força motivadora das nossas ações, o estado de espírito. Quem tem fome busca antes de tudo o pão. Mas isso não é tudo. Mesmo quando temos mais do que o suficiente à vida material, podemos sofrer. Expectativas não atingidas podem ser outra causa de sofrimento. O que seria a “consciência tranqüila” senão o resultado de estarmos sabendo empregar com correção a nossa capacidade de escolher. Coisa que só é possível perceber mantendo o compromisso com uma ação diante dos desafios da vida. Quem escolhe define atitudes (para si e para os outros em relação a si próprio) e, ao agir, se dá a conhecer, isto é, se mostra tal qual é (de novo, para si e para os outros).
De alguma sorte desejos, felicidade, consciência e fé estão todos interligados. A propósito disso, o Espírito Lourdes Catherine assim coloca a questão,

“Não existe bem-estar sem liberdade de pensar e de agir. O Criador não quer escravos, quer filhos livres. Portanto, nossa felicidade é o resultado da maneira pela qual vivenciamos aquilo que somos.(…) A felicidade não é simplesmente uma meta a ser alcançada, mas uma conseqüência: a colheita de nossos atos e atitudes diante da existência.”

Por isso  havíamos colocado em artigo anterior felicidade como disposição afetiva (que dá qualidade ao nosso fazer no momento mesmo  da ação, também conferindo clareza e intensidade à percepção). Daí a concepção de felicidade como um resultado, tal que, interfere na nossa própria interação com a vida.

Dois caminhos surgem no pensamento de Lourdes Catherine,

1. O que percebemos daquilo que somos? Ou, mais especificamente, o quanto podemos confiar naquilo que percebemos sobre aquilo que somos?

2. Como vivenciamos essa percepção? Aceitando, rejeitando, evitando, etc. Será essa experiência algo que nos proporciona satisfação? Estaremos buscando novas formas de entender e agir ?

De novo nos ocorre a figura de Protágoras, filósofo grego, ao afirmar: o homem é a medida de todas as coisas. Como assim? Somos hoje aquilo que fizemos de nós ao longo da nossa história: o ser que dimensiona, mas também o próprio instrumento de medida! O olhar, o instrumento e o que é olhado. Ora, quer dizer que nós avaliamos as experiências pelo tamanho e perspectiva da visão que já conseguimos no momento. Não a que os outros gostariam que tivéssemos, mas, a nossa. Daí a necessidade de “burilar” o instrumento.

Assim, teríamos o “termômetro” da felicidade como um indicativo para a validade desses dois momentos da alma (perceber com veracidade e agir com  inteligência). E, como conseguir alargar esses horizontes sem o auxílio do experimentar, do fazer? Mas, atenção, caro leitor. Não se trata de qualquer experiência… há muitos movimentos que são apenas um debater-se sem sair do lugar – como as lutas que apenas demonstram a rebeldia em assumir a responsabilidade por si mesmo. Enquanto há outros, que, aparentando imobilidade, são intensos movimentos da  alma em busca de Deus. Observe o leitor que um indivíduo malfeitor, uma pessoa portadora de mau caráter, poderia estaria momentaneamente satisfeito por continuar a fazer exatamente o que fazia antes. Portanto, podemos nos enganar sobre nós mesmos. Então, deve estar faltando algo, porque seria o caos se assim fosse. O que nos faltaria? Precisamente os limites à nossa possibilidade de escolha. De que outra maneira obstar o movimento enlouquecido na busca de prazer (que não é felicidade)? E assim, tais limites funcionam à conta de trilhos reguladores da nossa possibilidade de ação no cantinho do mundo em que estamos. Uma doença limitante, um revés momentâneo na vida, um relacionamento mais complicado, uma “bronca” de um chefe, um não quando se esperava um sim, um sim quando se desejava um não…

Sob esse aspecto importa ver que a janela de nossa percepção tem influência decisiva. “De nada adianta conselhos alheios para cuidados que para mim não são importantes”.  Ora, não enxergando, não tomaremos atitudes em conformidade com aquilo que só os outros percebem. Assim, as opções se limitam ao que efetivamente é percebido (em qualidade e intensidade). A esfera de ação está sempre restrita pelo que é  visto como possível para cada um em particular.

Por tudo isso, por causa dessa necessidade de afinar a sensibilidade, é que destacamos a importância do Espiritismo ao tirar o Cristo da cruz. Ou seja, mostrar uma percepção mais verdadeira do Cristo. E, com isso, descortinar novas escolhas para nós. Não mais o Cristo salvador. E sim, o Cristo que é mestre, que ensina fazendo. Que mostra um caminho alternativo aos velhos problemas da alma humana. E quantos não são eles…! Entender Jesus de um ponto de vista psicológico – e não simplesmente histórico, teológico ou emocional. A história, passa. A teologia distrai, mas cansa. A emoção dura pouco. Evidentemente o Seu não é um papel tão secundário na vida do ser humano. Entendê-lo como alguém que ensina como “transpor os limites da encarnação”, deixando esta de ser necessária e, assim nos tornando aptos para progredir no estado espiritual.

Assim, descobrir no Cristo um como fazer e um critério que nos permita avaliar para onde estão nos levando nossas opções. Para onde vamos no “andar da carruagem” da vida? Veja, leitor, que muitos relatos de espíritos, mesmo informados da vida espiritual quando aqui encarnados, deixam claro sobre as suas surpresas nem sempre agradáveis diante da “mudança de endereço”. Então não se trata de apenas estar informado. Mas, de transformar tal informação em formação mediante a ação esclarecida e motivada.

Para finalizar, nas palavras do grande poeta da humanidade, Gibran Khalil Gibran,

“E agora perguntais em vosso coração: ´Como distinguiremos o que é bom no prazer do que é mau ?´

Ide, pois aos vossos campos e pomares e, lá, aprendereis que o prazer da abelha é sugar o mel da flor,

Mas que o prazer da flor é entregar o mel à abelha.

Pois, para a abelha, uma flor é uma fonte de vida.

E para a flor, uma abelha é uma mensageira de amor.

E para ambas,  a abelha e a flor, dar e receber o prazer é uma necessidade e um êxtase.”

Vanderlei Luiz Daneluz Miranda 
Novembro / 2002
 
Bibliografia:
KARDEC, Allan, “O Céu e o Inferno”, 1ª Parte – Cap. 3 O Céu. FEB. 32ª ed. Rio .1994 GIBRAN, Gibran Khalil, “O Profeta”. ACIGI. FRANCO, Divaldo P. [pelo espírito Joanna de Ângelis] “Alerta”, Cap. 34. 3ª edição. Salvador. LEAL, 1986.
 
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